O estudo da UEL comparou o crescimento populacional de Londrina entre 2010 e 2019 ao número de famílias da cidade inscritas no Cadastro Único do Governo Federal. E o resultado apontou um empobrecimento geral dos londrinenses na década. A população cresceu pouco mais de 16% e passou de 485 mil habitantes para quase 570 mil, de acordo com o IBGE.

Por outro lado, de acordo com o Projeto de Pesquisa Desigualdade Social em Londrina, os inscritos no chamado CadÚnico aumentaram 65% e  passaram de 31 mil famílias em 2010, para 52 mil no ano passado. Segundo o IBGE, cada família brasileira tem, em média, 3,3 membros. Ou seja, em 2019, Londrina tinha aproximadamente 170 mil pessoas inscritas no Cadastro. Em parceria com a Prefeitura, o projeto da UEL também teve acesso aos dados do sistema municipal de assistência social.

O descompasso entre o crescimento da população na década e o aumento de cadastrados nos programas sociais mostra uma elevação significativa da pobreza e da extrema pobreza na cidade, muito por conta do avanço da informalidade, avalia a coordenadora do projeto, professora doutora Ana Patrícia Nalesso.

O Cadastro Único é formado por famílias com renda de meio salário mínimo por membro ou até um total de três salários mínimos.

A pesquisadora destaca ainda que o empobrecimento geral da população londrinense é mais preocupante porque se refere a um período anterior ao da pandemia e cita outro dado que revela o tamanho da crise, a quantidade de pedidos de auxílio emergencial na cidade chegou a quase 90 mil, bem acima do número de inscritos no CadÚnico.

Segundo Ana Nalesso, os impactos devem ser ainda maiores no caso desse cenário de pandemia continuar por muito mais tempo. A pesquisadora diz que o documento será encaminhado para a Prefeitura de Londrina e a Câmara de Vereadores.