QUINTA, 27/09/2018, 19:13

Reajuste da tabela do frete deve custar R$ 70 milhões a mais para o varejo paranaense e elevar preços finais ao consumidor

Alguns setores são mais prejudicados e chegam a ter quase 20% de seu custo total com o transporte rodoviário. Há segmentos em que o frete já vale mais que o próprio produto.

O reajuste médio de 5,5% na tabela dos fretes rodoviários, anunciado no começo do mês pela Agência Nacional dos Transportes Terrestres, a ANTT, vai custar aos empresários do varejo de todo o país mais de R$ 1 bilhão até o fim do ano. Aqui no Paraná, a Fecomércio projeta que o transporte das mercadorias comercializadas pelo varejo vá custar ao setor aproximadamente R$ 70 milhões a mais em 2018. Os cálculos consideram apenas esse último reajuste e não prevêem novos aumentos até o fim do ano.

No geral, o gasto com frete representa pouco mais de 10% das despesas do comércio. Mas, a coordenadora de pesquisas da Fecomércio, Priscila Andrade, afirma que alguns setores são mais prejudicados e chegam a ter quase 20% de seus custos totais gastos com o transporte rodoviário. E há segmentos em que o frete já vale mais do que o próprio produto.

Priscila Andrade considera que o aumento de 5,5% vai reduzir ainda mais a pequena margem de lucro do varejo, o que, por sua vez, deve acabar colocando um pé no freio do empresário na hora de contratar ou investir.

Outro dado que preocupa é indicador de Intenção de Consumo das Famílias, que vem caindo no estado desde a greve dos caminhoneiros. A coordenadora de pesquisas da Fecomércio cita também o levantamento que avalia o otimismo dos empresários e aponta para um segundo semestre de baixíssima expectativa.

A nova tabela com os valores mínimos do frete corrigiu a primeira versão, publicada no fim de maio, para atender uma exigência dos caminhoneiros. Mesmo que nenhum outro reajuste seja autorizado na tabela em 2018, o impacto dos gastos adicionais com fretes corresponderá a um acréscimo final de 0,6% nas despesas totais do comércio em 2018.

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