O secretário municipal de Gestão Pública, Fábio Cavazotti, garantiu, em entrevista à CBN nesta quarta-feira, que o poder público não encontrou nenhum tipo de irregularidade no processo de licitação, aberto pela Sercomtel Iluminação, que prevê a contratação de uma empresa para o fornecimento de lâmpadas LED na cidade. A terceirizada contratada, a Energepar, de Curitiba, é a mesma que está sendo investigada, desde maio deste ano, acusada de fraudar um processo semelhante, também de fornecimento de lâmpadas, realizado pela Prefeitura de Foz do Iguaçu. De acordo com as investigações da Operação Luz Oculta, realizada pelo Ministério Público em parceria com a Polícia Civil, a empresa teria superfaturado o certame, que rendeu a ela um contrato de R$ 10 milhões. A licitação também teria sido realizada de modo a favorecer a terceirizada investigada, a única habilitada durante o trâmite.

Já em Londrina, a empresa fechou um acordo de R$ 28,6 milhões com a Sercomtel Iluminação, há cerca de dois anos, para o fornecimento de 30 mil lâmpadas LED. Seis delas foram recolhidas pela polícia nesta quarta e deverão passar por análise técnica nos próximos dias. A Divisão Estadual de Combate à Corrupção da Polícia Civil, encabeçada pelo delegado Alan Flore, investiga se o produto fornecido pela terceirizada atende às particularidades previstas em edital. Ou seja, a polícia quer saber se a Sercomtel pagou a mais por dispositivos de qualidade inferior do que o que foi acordado entre as partes.

Cavazotti garante que não, e acrescenta que o município acompanhou todos os passos do processo, e, posteriormente, fez uma revisão dele assim que soube que a empresa contratada era alvo de uma investigação policial. O secretário destaca, ainda, que a Sercomtel até conseguiu economizar dinheiro durante a concorrência pública aberta durante a licitação investigada.

Em nota encaminhada pela assessoria de imprensa, a Sercomtel Iluminação informou que está colaborando com as investigações, e que todos os diretores prestaram apoio ao trabalho da polícia. A empresa garante, ainda, estar “convicta de que não há qualquer anormalidade” no contrato firmado, e que as contas dela passam por análise criteriosa de auditores independentes trimestral e anualmente, além de um acompanhamento detalhado do Tribunal de Contas. O secretário de Gestão Pública acrescenta que todos os documentos requeridos pela polícia foram entregues, dizendo esperar que a análise do material apreendido seja realizada o quanto antes.

A CBN também entrou em contato com o delegado Alan Flore, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem.