Sem taxa de incêndio municipal, Bombeiros perdem recursos e subcomandante da Corporação em Londrina diz que qualidade dos serviços, mais cedo ou mais tarde, deve piorar
Carnês do IPTU de 2018 já virão sem a cobrança e dinheiro do chamado Funrebom pode ter que ser devolvido à população.
Eram aproximadamente R$ 3,5 milhões por ano, mas com a decisão do STF, que julgou inconstitucional a cobrança da chamada taxa de incêndio, os repasses ao Funrebom, o Fundo Municipal de Reequipamento do Corpo de Bombeiros, foram suspensos. O dinheiro é usado na manutenção e em investimentos e melhorias no serviço prestado pela Corporação. O secretário Municipal de Fazenda, Edson de Souza, afirma que teve uma reunião com o Comando dos Bombeiros de Londrina onde ficou definida a utilização dos recursos que o fundo ainda tem em caixa.
O secretário diz que a prefeitura já retirou dos carnês do IPTU de 2018 a taxa de incêndio. Edson de Souza diz que o Município já esperava pela possibilidade de extinção da taxa há alguns anos, em função da enxurrada de ações judiciais em Londrina e em todo o país questionando a cobrança.
O Subcomandante do 3º Grupamento de Bombeiros de Londrina, Major Natal, diz que sem os recursos do Funrebom, a qualidade dos serviços, mais cedo ou mais tarde, vai cair. Segundo o Major, o Fundo tem cerca de R$ 7 milhões em caixa. Parte desse dinheiro seria investida na construção de um novo prédio para a Corporação, com alojamentos, almoxarifado e até um heliponto, o que deixaria os Bombeiros da cidade, de acordo com o Major, com uma das melhores estruturas do país.
O Subcomandante dos Bombeiros diz que sem a taxa, a Corporação vai precisar de tempo para se adaptar, já que o dinheiro do fundo também é usado para manutenção das atividades e não só para investimentos. O Major Natal afirma que existe uma ação do Município de Maringá no próprio STF questionando a decisão e acredita que ainda pode haver uma reviravolta no caso.
O Subcomandante dos Bombeiros destaca ainda o serviço prestado pelo Siate, uma referência da cidade. E diz que apesar da crise na saúde, nos últimos dez anos o serviço sempre funcionou com qualidade, principalmente por conta dos recursos do Fundo.