TERCA, 09/07/2019, 14:50

Tribunal de Justiça indica “provas frágeis” e decide manter avó de Eduarda Shigematsu em liberdade

Mulher responde por participação no homicídio da própria neta, encontrada morta em Rolândia em abril deste ano. O pai da menina, que continua detido, é acusado de matar e enterrar o corpo da própria filha.

O Tribunal de Justiça do Paraná negou um pedido do Ministério Público para que Terezinha de Jesus Guinaia voltasse para prisão. A decisão, assinada pelo desembargador Clayton Camargo, é da última sexta-feira. A mulher é avó de Eduarda Shigematsu, a menina de apenas onze anos de idade que foi encontrada morta e enterrada nos fundos de uma casa em Rolândia no mês de abril deste ano. Terezinha foi presa quatro dias após a descoberta do corpo acusada de participação no homicídio, que, segundo as investigações da Polícia Civil, teria sido cometido pelo pai de Eduarda, Ricardo Seidi. O homem continua preso na Casa de Custódia de Londrina.

Já Terezinha, ao contrário do filho, responde às acusações em liberdade desde o último dia 27, quando a defesa dela conseguiu um habeas corpus na Justiça. Ela deixou a prisão no mesmo dia em que se tornou ré, junto com Ricardo, por homicídio, ocultação de cadáver e falsidade ideológica. O desembargador do TJ, entretanto, indica na decisão que mantém Terezinha em liberdade que as provas contra ela são frágeis, e que, na avaliação dele, não há motivos suficientes para que a acusada volte a ser presa. O fato de a mulher ser ré primária, ter bons antecedentes, e trabalho e residência fixa, também pesou na análise do caso, conforme o juiz. Para Camargo, não há prova concreta, pelo menos por enquanto, de que Terezinha possa criar algum tipo de obstáculo à instrução do processo criminal.

Já em relação a Ricardo Seidi, o juiz escreve que é necessário que continue detido de forma preventiva, uma vez que, pelas investigações, ele sempre se mostrou como o “executor direto do crime”. O homem foi preso horas após a descoberta do corpo de Eduarda. Em depoimento, Ricardo admitiu ter enterrado o cadáver, mas negou ter matado a menina. O acusado alega que a menina cometeu suicídio. Exames do Instituto Médico Legal apontam, entretanto, que a criança foi esganada até a morte.

Procuramos o advogado de Ricardo, mas ele disse que não vai se manifestar por enquanto. Já Mauro Valdevino, que defende Terezinha, destaca que a manutenção da liberdade dela vai ao encontro da tese da defesa, de que a mulher não participou em nenhum momento da morte da neta.

Por Guilherme Batista

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