Uma decisão aguardada por pelo menos quatro anos. O Tribunal do Júri de Londrina reconheceu na noite desta terça-feira que a motorista Daiane Freire cometeu um duplo homicídio com dolo eventual ao causar a morte de dois homens em um acidente de trânsito, na avenida 10 de dezembro. A decisão foi lida pelo juiz Paulo César Roldão depois de oito horas de julgamento. Daiane Freire foi condenada a sete anos e seis meses de prisão, em regime semiaberto, mas poderá aguardar em liberdade o desenrolar do processo. 

O acidente foi em maio de 2018. O veículo conduzido por Daiane Freire bateu contra a motocicleta ocupada por Jean Goulart Camargo, de 26 anos, e Eliede Santos Oliveira, de 42, que voltavam do trabalho e morreram ali mesmo, na avenida Dez de Dezembro.

De acordo com o laudo do Instituto de Criminalística, o veículo trafegava a 82 km/h, acima do limite da via que é de 60 km/h. Já o exame de embriaguez constatou que Daiane havia consumido bebida alcoólica em quantidade muito superior à permitida. 

Advogado de defesa da motorista, Thiago Nakagawa informou que ainda não teve acesso à íntegra da sentença. No entanto, adiantou que a defesa deve recorrer da decisão para reduzir a pena e também estuda uma estratégia para anular o julgamento realizado nesta terça-feira. 

Questionado, o advogado explicou que a defesa discorda da forma como o presidente do Tribunal do Juri, Paulo Cesar Roldão, conduziu um dos questionamentos feitos ao corpo de jurados, o que teria ocorrido após uma divergência no entendimento do júri sobre a participação de Daiane em cada uma das mortes. 

A CBN Londrina tentou contato com o Tribunal do Júri e com o advogado que atuou como assistente de acusação do Ministério Público do Paraná. Entretanto, sem sucesso até o fechamento desta reportagem.