QUINTA, 03/09/2020, 18:46

Vai e vem de medidas restritivas estabelece sobe e desce dos números da Covid-19 e não ajuda a controlar a doença na cidade, diz médico sanitarista

Gilberto Martins avalia ainda que faltaram medidas mais rígidas em alguns momentos e que o platô alto da doença, já há alguns meses, não deve recuar a curto prazo.

Um movimento de vai e vem das medidas restritivas que acaba funcionando como um fator de oscilação dos números da Covid-19 na cidade. À medida que as estatísticas recuam, vem uma flexibilização. E logo em seguida, com o avanço dos casos, um novo aperto nas medidas. E os dados oficiais do Município, de certa forma, revelam isso. A quantidade de casos suspeitos, por exemplo, que na quarta-feira da semana passada era de 258, chegou a 340 sete dias depois, mas já foi de quase 440 em apenas 24 horas. O número de mortes também vem variando, de nenhum óbito a até quatro em um dia.

O médico sanitarista e professor da PUC Londrina, Gilberto Martins, avalia que a curva da média móvel da Covid-19 na cidade até diminuiu seu ritmo de crescimento e aponta para uma certa estabilidade, mas ainda não se pode dizer se chegamos ao pico da doença e se existe uma tendência realmente consolidada de queda.

Do início da pandemia, em março, até a última quarta-feira, Londrina somava 6.242 diagnósticos positivos e 174 mortes pela infecção causada pelo vírus Sars-CoV-2.

O professor da PUC afirma ainda que, com o prolongamento da pandemia, as pessoas parecem estar cansadas da discussão em torno dos cuidados com a doença e relaxaram.

Gilberto Martins diz também que faltaram medidas mais rígidas em alguns momentos e que o problema é que esse platô da doença lá no alto já vem se mantendo há alguns meses e ele não vê perspectiva de mudança desse cenário a curto prazo.

O sanitarista cita o exemplo de Curitiba e diz que a retomada das atividades nos clubes sociais aqui de Londrina e a liberação dos espaços públicos, por exemplo, anunciadas recentemente pela Prefeitura, só ajudam a aumentar a circulação das pessoas.

Perguntado se estamos controlando a doença na cidade, o professor da PUC Londrina diz que de certa forma sim, apesar da curva seguir apontando para cima, mas afirma também que a redução dos casos por aqui vem se mostrando menor que em outras cidades, como por exemplo, Maringá.

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