TERCA, 29/03/2022, 11:05

Associação dos Policiais Militares de Londrina diz que proposta de subsídio não agrada categoria

Projeto de lei com reestruturação da carreira foi enviado para votação, às pressas, à Assembleia Legislativa pelo governo Ratinho Junior

Uma nova tabela de reestruturação da carreira dos policiais militares para a Assembleia Legislativa foi enviada pelo governador Ratinho Junior (PSD) na segunda-feira (28). A proposta de correção da tabela dos PMs prevê aos soldados, que é a carreira inicial, uma valorização nominal de R$ 1.010,00. Segundo o texto, o salário bruto de um soldado passa a ser de R$ 6.001,58. Para um cabo, o segundo da base, o salário bruto salta para R$ 6.130,73.

Com a nova composição, um soldado da ativa que hoje recebe R$ 4.991,00 (subsídio +vale-alimentação) passa a receber R$ 6.001,58. Consideradas as deduções previdenciárias e do IRPF, a remuneração líquida passa a ser de R$ 4.974,31.

A sinalização de mudança na base salarial vem na esteira de protesto enfrentados pelo governador do Estado, Ratinho Junior após o anúncio de apenas 3% de reajuste aos servidores do Executivo Estadual, considerado bem aquém da inflação dos últimos dois anos.

Para o presidente da Aapomil, Associação dos amigos dos policiais militares aqui de Londrina, Raul Viniciuis Alves Babugia, a mensagem do governo não agrada a categoria. O aumento bruto não para carreira inicial não é acompanhado para as demais patentes, o que achatará o ganho dos PM’s.

Já o governo defende que a proposta corrige as distorções entre classes por meio de um ganho progressivo na remuneração, conforme a etapa de carreira em que se encontra o servidor, e mantém o vale-alimentação dos ativos.  Entretanto, Babugia também questiona perda de benefícios de quinquênios e valores de promoções.

A associação que representa os policiais militares ainda questiona o envio do projeto no afogadilho. Isso porque como estamos no ano eleitoral, qualquer aumento salarial tem que ser aprovada até dia 2 de abril, ou seis meses antes das eleições. Eles questionam que a categoria dificilmente conseguirá ser ouvida nesta semana, neste curto espaço de tempo até a sanção da nova lei.

      Ainda segundo o governo, o impacto econômico da reestruturação da carreira dos policiais militares passa dos R$ 400 milhões ao ano, sendo R$ 245 milhões ainda em 2022. No acordo, ficaram estabelecidas medidas compensatórias, de olho na modernização da máquina pública, em andamento desde 2019, como a extinção de cargos não ocupados e o contingenciamento de despesas de pessoal.     Em nota, a gestão Ratinho Junior, ainda diz que elaboração final da proposta levou em consideração todo o cenário econômico atual e se completa com a aplicação de 3% aplicado sobre a folha do funcionalismo em janeiro deste ano. Segundo o governo, o texto também buscou segurança jurídica e orçamentária para que as correções fossem feitas.  

Por Guilherme Marconi

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