TERCA, 02/12/2025, 15:54

Cambé lança campanha para reduzir a esmola e fortalecer ações de acolhimento social

Prefeitura orienta população a acionar a abordagem social e destinar doações a entidades parceiras, reforçando que a esmola mantém a vulnerabilidade nas ruas

A prefeitura de Cambé, por meio da secretaria municipal de assistência social e cidadania, lançou a campanha “A esmola mantém nas ruas, o trabalho da prefeitura transforma”. A ação busca conscientizar a população de que o município já oferece políticas de acolhimento e reinserção social para pessoas em situação de rua e que a esmola, ao contrário do que parece, contribui para a permanência dessas pessoas nas ruas e no vício.

A orientação é clara: ao encontrar alguém em situação de rua, a população deve acionar o serviço de abordagem social pelo (43) 99189-8789 e não entregar dinheiro.

A campanha reúne prefeitura, secretarias municipais, autoridades locais, forças de segurança e sociedade civil organizada. O objetivo é mostrar que ajudar é importante, mas que essa ajuda deve ser direcionada a instituições parceiras, como igrejas e o Lar Santo Antônio.

O prefeito Conrado Scheller destacou que o perfil da população em situação de rua mudou e que muitos jovens têm deixado suas casas para usar drogas nas ruas. Ele reforçou que a esmola agrava o vício e que Cambé atua com inteligência e acolhimento, contando com apoio das entidades religiosas e da sociedade.

A população em situação de rua é atendida pela abordagem social e encaminhada para serviços como a Casa de Passagem, que oferece hospedagem e alimentação por até 90 dias, além de atualização de documentos, encaminhamento médico e acesso a cursos e oportunidades de trabalho. Os CRAS e o CREAS realizam busca ativa de familiares e ajudam no resgate de vínculos. Só em 2025, a prefeitura concedeu 65 passagens para retorno familiar, num investimento de R$ 17 mil.

Nos últimos 12 meses, a secretaria de assistência social realizou 5.284 abordagens, envolvendo 2.909 pessoas diferentes. A maioria é formada por homens (2.218), mas houve registros de mulheres, idosos e até crianças e adolescentes. Cerca de 93% apresentavam indícios de uso de álcool ou drogas. As abordagens cresceram 34% entre outubro de 2024 e outubro de 2025.

Por João Gabriel Rodrigues

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