TERCA, 12/08/2025, 10:07

Cambé registra 67 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes em 2025

 Município reforça ações contra exploração e ‘adultização’. Mais da metade dos agressores são da própria família

O vídeo com denúncias sobre a exploração de menores de idade na criação de conteúdo na internet, gravado pelo youtuber Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, atingiu a marca de 31 milhões de visualizações e reacendeu o debate sobre a sexualização de crianças e adolescentes na internet.

Em Cambé, a Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania tem reforçado os serviços permanentes de proteção à infância e à adolescência, além de campanhas e ações de conscientização contra a exploração e a “adultização” de menores.

Em 2025, o município já registrou 67 casos de violência sexual contra menores de 18 anos, envolvendo ameaças, assédio, exposição e abusos, alguns contra crianças a partir de dois anos. A Secretária de Assistência Social, Flávia Iwakura, afirmou que em um comparativo nos últimos 10 anos, é possível perceber que as denúncias dobraram.

Segundo dados da Secretaria, 55,2% dos agressores identificados são membros da própria família.

O trabalho é conduzido principalmente pelo Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), que realiza oficinas de sensibilização com equipes de saúde, educação, cultura e esporte. O foco é combater comportamentos que sexualizam precocemente crianças e adolescentes, muitas vezes inseridos no contexto familiar por meio de músicas, vídeos, contatos virtuais e redes sociais.

Além da prevenção, Cambé conta com políticas pioneiras, como a Comissão de Escuta Especializada, que garante que vítimas ou testemunhas de violência relatem o ocorrido apenas uma vez, em ambiente protegido, e a Lei de Acolhimento Familiar, que oferece alternativa ao acolhimento institucional.

O município também é referência estadual na notificação de crimes contra menores. Pelo site oficial, na aba “Notificar é Cuidar”, é possível registrar denúncias on-line, de forma anônima ou identificada. Após a notificação, equipes do CREAS, Conselho Tutelar e Vigilância Epidemiológica atuam para proteger a criança, afastar o agressor e encaminhar o caso ao Judiciário.

Por Paulo Andrade

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