QUARTA, 22/06/2022, 17:53

Considerado um dos maiores traficantes do mundo, ex-major preso pela Interpol na Húngria é natural de Ibiporã

De acordo com as investigações, ele teria movimentado mais de R$ 2 bilhões com o transporte de 45 toneladas de drogas entre a América do Sul e a Europa.

O ex-major da Polícia Militar (PM), Sérgio Roberto Carvalho, preso pela Interpol em Budapeste, na Hungria, na última terça-feira (21), é natural de Ibiporã, na região metropolitana de Londrina. Ele tem 64 anos e foi com a família para o Mato Grosso do Sul, onde se formou policial na década de 1980, ainda na juventude. O ex-major estava foragido desde 2019 após ser condenado pela Justiça brasileira por tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.

Conhecido como "Pablo Escobar brasileiro", em uma referência ao traficante colombiano, Carvalho é suspeito de chefiar um esquema de tráfico internacional que usa os portos brasileiros, entre eles o de Paranaguá, para fazer o transporte de quantidades expressivas de drogas. Ele é reconhecido pelas autoridades como um dos maiores traficantes do mundo.

As primeiras acusações contra Carvalho são de 1997. Um ano depois, ele foi condenado a 15 anos de prisão pelo tráfico de 230 quilos de cocaína. Por conta da primeira condenação, o então major enfrentou um processo administrativo disciplinar na Polícia Militar. No entanto, ele só foi expulso da corporação em 2018.

De acordo com as investigações, o ex-major teria movimentado 45 toneladas de drogas da América do Sul para a Europa nos últimos anos. O valor estimado com o tráfico internacional ultrapassaria os R$ 2 bilhões.

Carvalho foi preso com um passaporte mexicano falsificado. Depois da condenação no Brasil, ele teria fugido para Portugal, onde morou por dois anos antes de se mudar para a Hungria. Mesmo sendo procurado, o ex-major teria continuado com o esquema. Oficiais portugueses acreditam que ele esteja envolvido com os 580 quilos de cocaína apreendidos em um avião fretado em fevereiro deste ano no país europeu. A polícia investiga se o ex-major teria adquirido uma empresa de aviação para usar as aeronaves no transporte da droga.

A organização criminosa chefiada por Carvalho, segundo as investigações, teria sido responsável por mandar grandes quantidades de cocaína para Europa, África e Ásia. A Justiça Federal do Paraná, responsável por condenar Carvalho em 2019, deve pedir a extradição dele às autoridades da Hungria.

Por Guilherme Batista

Comentários