QUARTA, 26/10/2022, 19:09

Denúncias de assédio eleitoral no Paraná disparam nesta última semana de campanha

Em apenas sete dias, quantidade de casos aumentou mais de 150% no estado. Em entrevista à CBN Londrina procurador fala em números assustadores e diz que denúncias refletem momento de extrema radicalização e contaminação do ambiente de trabalho.

Na reta final para o segundo turno da eleição presidencial, e com a campanha cada vez mais acirrada, o número de denúncias por assédio eleitoral dispararam nos últimos dias. Nesta quarta-feira, um levantamento feito pela assessoria do Ministério Público do Trabalho no Paraná, a pedido da CBN Londrina, mostrou que o estado tinha 184 casos, ou mais de 40% das 457 denúncias de toda região sul. Há exatos sete dias, eram 73. Um aumento, em apenas uma semana, de 150%.

Segundo o Ministério Público do Trabalho, foram nove registros aqui na região até agora, sendo quatro deles em Londrina e cinco em outros municípios.

O coordenador do Grupo Especial de Atuação Finalística, responsável pelas investigações de Assédio Eleitoral no órgão, procurador Anderson Luiz da Silva, fala em números assustadores e diz que esse crescimento exponencial das denúncias reflete o momento de extrema radicalização e a contaminação do ambiente de trabalho.

Em todo o país, o aumento dos casos também acendeu o sinal de alerta. Passamos de 212 registros em 2018 para 1.633 até a tarde desta quarta-feira. Um aumento de mais de 670% na comparação com as últimas eleições presidenciais, em 2018.

O procurador explica que as denúncias podem ser feitas mesmo após as eleições no site do Ministério Público do Trabalho e no “MPT Pardal”, que pode ser baixado gratuitamente nas principais lojas de aplicativos para celulares.

Anderson da Silva afirma também que a expectativa para estes últimos dias de campanha é de um avanço ainda maior na quantidade de denúncias.

O sigilo das denúncias, diz Anderson da Silva, é garantido, mas é preciso apresentar alguma prova. O procurador afirma ainda que qualquer reunião no ambiente de trabalho para falar sobre os riscos de votar em algum candidato caracteriza assédio eleitoral.

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