TERCA, 08/12/2020, 16:09

Em depoimento, mulher que deixou feto em banheiro de UPA em Londrina nega ter provocado aborto

Delegado ainda espera pelo resultado de exames para decidir se mãe vai ou não responder criminalmente pela morte da criança.

O delegado de Homicídios de Londrina, João Batista dos Reis, coletou na segunda-feira o depoimento da mãe da criança encontrada já sem vida no banheiro da Unidade de Pronto Atendimento do Jardim do Sol, em Londrina, na última semana. A menina teria sido abortada no local pela mulher, que estava grávida de seis meses.

Em entrevista coletiva nesta terça-feira, o delegado disse que a mulher contou que teria procurado a UPA após sentir fortes dores e ter um sangramento. Ela chegou a passar pela triagem antes de ir até o banheiro, onde, segundo o que foi dito em depoimento, sofreu um aborto espontâneo. A mulher teria ficado 55 minutos no sanitário.

Questionada pelo delegado sobre porque não procurou ajuda ali mesmo na unidade após o nascimento da filha, a mulher alegou que ficou transtornada e, por isso, resolveu ir embora sem avisar ninguém.

Ainda conforme o delegado, a mulher disse que não fazia pré-natal, e que escondeu a gestação da família. Ela também alegou que começou a sentir as dores um mês antes do aborto, após sofrer um acidente de trânsito.

O delegado espera agora pelo resultado dos exames do Instituto Médico Legal para comparar os laudos com as informações repassadas pela acusada. Ele ainda precisa saber se o aborto foi realmente espontâneo, e se a criança nasceu viva ou morta antes de concluir o inquérito. O chamado estado puerperal pelo qual a mulher passou também pode influenciar diretamente no resultado da investigação. Dependendo do resultado, segundo João Reis, a mulher pode responder criminalmente pela morte da própria filha.

 

Por Guilherme Batista

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