QUARTA, 15/10/2025, 11:25

Especialista em segurança de voo esclarece dúvidas sobre como o ILS vai funcionar no Aeroporto de Londrina

Comprado por mais de R$ 14 milhões, equipamento deve chegar na cidade nos próximos dias

A forte neblina que cobriu Londrina nesta terça-feira (14) reacendeu um debate técnico e prático sobre o Sistema de Pouso por Instrumentos (ILS, na sigla em inglês), tecnologia que orienta pilotos em condições de baixa visibilidade. A dúvida surgiu depois que aeronaves tiveram dificuldades para pousar e decolar, inclusive com desvios de voos de Maringá, que possui o equipamento em operação.

Segundo o professor Moisés Dornelles, engenheiro mecânico pela UFMG e especialista em segurança de voo pelo CENIPA (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), o ILS é um sistema de orientação eletrônica que transmite sinais à aeronave, permitindo alinhar o avião ao eixo da pista e ajustar a rampa de descida com precisão. Contudo, a eficácia do sistema depende da categoria do equipamento. Londrina e Maringá contam com ILS categoria 1, o mais básico.

O professor detalha que há versões mais avançadas, como ILS categoria 2 e 3, que são capazes de permitir pousos com visibilidade reduzida a até 400 metros e, no caso da categoria 3 (como em Guarulhos), até próximo ao solo.

Dornelles também esclarece que o ILS atua somente em pousos.

A instalação e manutenção do sistema são de responsabilidade do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA). A concessionária Motiva, que administra o aeroporto, não tem relação direta com essa parte técnica.

A compra do ILS junto ao grupo francês Thales custou R$ 14.244.195,56. O equipamento está em fase de entrega. A previsão é de que chegue em Londrina nos próximos dias.

Por Paulo Andrade

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