SEXTA, 10/09/2021, 15:28

Ex-delegado acusado de participação em esquema de exploração do jogo do bicho tem pedido de habeas corpus negado pela Justiça

Marcelo Sakuma vai continuar respondendo pelas acusações de dentro do Complexo Médico Penal de Pinhais. Ele já foi denunciado pelo Gaeco e deve ser alvo de outros processos em breve.

A Justiça negou, esta semana, o pedido de habeas corpus apresentado pelos advogados do ex-delegado Marcelo Sakuma na tentativa de livrá-lo da prisão. Ele está preso preventivamente desde o mês passado, no Complexo Médico Penal em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, acusado de participação em um esquema de exploração do jogo do bicho em Arapongas, na região metropolitana de Londrina. Ele teria participado das irregularidades enquanto chefiava a 22ª Subdivisão Policial do município, no ano de 2019.

No início do mês, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) já tinha apresentado um pedido à Justiça solicitando que o ex-delegado, que também é advogado, fosse transferido para prisão domiciliar. A solicitação também foi negada pela 1ª Vara Criminal de Arapongas.

A investigação, realizada pelo Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado (Gaeco) de Londrina, descobriu, por meio da análise de conversas encontradas em um celular, que Sakuma teria cobrado propina do esquema ilegal e, em troca, feito vistas grossas à atividade criminosa.

Antes de prender o ex-delegado, o Gaeco já tinha cumprido mandados de busca e apreensão em endereços de Londrina relacionados a ele. O que fez os promotores optarem pelo pedido de detenção foi a informação de que Sakuma estaria tentando coagir testemunhas do processo e, consequentemente, atrapalhar as investigações.

Ele e outras cinco pessoas já foram denunciadas à Justiça por conta das irregularidades e, segundo o coordenador do Gaeco, promotor Jorge Barreto da Costa, o ex-delegado deve ser alvo de outras denúncias em breve.

A defesa da Sakuma nega todas as acusações. Os advogados avaliam agora a possibilidade de recorrer da negativa da Justiça ao pedido de habeas corpus. Além do ex-delegado, responde por participação no esquema de exploração do jogo do bicho o vereador Osvaldo Alves dos Santos, considerado o chefe do suposto esquema. Ele, que chegou a ser preso no ano passado por conta disso, também nega as acusações.

Por Guilherme Batista

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