QUARTA, 16/06/2021, 19:15

Grupo de estudos da UEL pesquisa comportamento de abelhas da região e como preservar espécies que estão desaparecendo

Ha mais de três décadas, professora universitária acompanha mudanças causadas pela ação humana na genética dos insetos que vivem na Mata Atlântica paranaense.

A iniciativa mobiliza cerca de 10 estudantes de graduação e pós-graduação que fazem parte do Laboratório de Genética e Ecologia Animal (LAGEA) da Universidade EL. São três linhas de pesquisa que investigam os efeitos da ação humana e da agroindústria no comportamento das abelhas da região de Londrina.

Os projetos são coordenados pela professora Silvia Helena Sofia, do departamento de Biologia Geral, que há mais de 30 anos participa de estudos relacionados ao inseto voador. Entre os trabalhos desenvolvidos, o principal deles acompanha as mudanças em abelhas de orquídeas, que vivem na Mata Atlântica da região, uma das únicas espécies que polinizam essas flores.

Outras pesquisas observam a relação das abelhas em diferentes contextos, como na produção cafeeira da região. A professora explica que estas inúmeras perspectivas ajudam a entender como o avanço da destruição de ecossistemas afeta a preservação destes insetos.

De acordo com a pesquisadora, o atual modelo de produção agrícola também tem um impacto significativo na diversidade de espécies na região. Ela explica que 90% delas fazem ninhos no solo e a aplicação de agrotóxicos nas plantações faz parte dos fatores que contribuem para o desaparecimento de alguns tipos de abelhas nativas da Mata Atlântica do estado.

Apesar disso, Silvia Helena Sofia acredita que a saída para esta crise das abelhas está no equilíbrio entre a agricultura e a sustentabilidade. Um dos estudos desenvolvidos pela professora mostrou, inclusive, que a presença dos insetos nos cafezais pode gerar melhores resultados nas plantações. Para ela, a solução passa pela preservação da mata nativa restante e a diminuição do uso de agrotóxicos pelos produtores rurais.

Além das abelhas, outro projeto de pesquisa coordenado pela professora busca estudar a genética de vespas da Mata Atlântica. O estudo que é desenvolvido há cinco anos comprovou, por exemplo, que o reflorestamento do local tem ajudado a recuperar parte da fauna da região.

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