SEGUNDA, 14/03/2022, 07:00

Guerra entre Rússia e Ucrânia já impacta o agronegócio paranaense

Analista da Federação da Agricultura avalia que estado precisa buscar novos parceiros e ampliar a pauta de exportações para minimizar os reflexos do conflito.

Os primeiros impactos econômicos da guerra entre Rússia e Ucrânia, apenas poucas horas depois do início do conflito, foram a disparada do dólar e do barril de petróleo. Mas, com o passar dos dias, o que se viu no mercado foi uma avalanche de dados e previsões ainda mais negativas.  No caso dos fertilizantes agrícolas, por exemplo, os impactos da guerra foram quase que instantâneos, já que tanto Rússia quanto Ucrânia são grandes produtores e o Brasil um grande comprador do insumo.

O trigo, principal ingrediente do pão nosso de cada dia, é outro elemento desse desarranjo da economia mundial. Mais uma vez, por conta da grande produção dos dois países envolvidos no conflito. Mas, os impactos econômicos da guerra aqui no Brasil e no Paraná não se resumem ao que Rússia e Ucrânia produzem.

Os embargos de boa parte do ocidente às comoditties russas e a impossibilidade de vender para a Ucrânia desequilibraram também outros setores do agronegócio brasileiro, como a exportação de soja, café, açúcar e carnes. A Rússia, por exemplo, é o oitavo maior comprador de proteínas animais do estado, sem falar na soja, explica o analista do Departamento Técnico e Econômico da Federação da Agricultura, Luiz Eliezer Ferreira.

Sobre as alternativas que os produtores paranaenses de soja, café e carne têm, o analista da FAEP fala em ampliar o número de parceiros e a pauta de exportações, algo que, segundo ele, já vinha ocorrendo antes mesmo da Guerra.

Luiz Eliezer Ferreira diz que no caso dos fertilizantes, o caminho é o mesmo, buscar novos vendedores do insumo ou ampliar as compras dos países que já somos parceiros.

O analista da FAEP avalia que o prolongamento da guerra deve causar uma alta nos preços dos alimentos em todo mundo.

Ele acrescenta ainda que o aumento nos preços dos combustíveis, que entrou em vigor na última sexta-feira, é outro fator que deve turbinar a inflação.

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