Os números da produção industrial paranaense, divulgados pelo IBGE nesta terça-feira, mostram uma queda forte do setor em abril, quando a crise gerada pela pandemia já influenciava toda a atividade econômica do estado. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o recuo da atividade industrial no Paraná passou dos 30%.

O economista da Federação das Indústrias do Paraná, Evânio Felippe, compara os números divulgados pelo IBGE nesta terça-feira ao pior resultado da produção industrial já levantado pelo Instituto, em 2014, e que registrou uma queda de 12%.  

O economista da Fiep diz ainda que a queda revelada agora já era esperada, por conta da suspensão de boa parte das atividades econômicas, que se intensificou em abril e paralisou ou reduziu a produção em todo o estado.

A queda da atividade industrial no Paraná também foi expressiva na comparação entre março e abril, quando o estado registrou retração de quase 29%. Em Santa Catarina, a redução foi de 14%.

O economista argumenta que essa diferença expressiva entre estados vizinhos se deve ao momento em que as medidas de isolamento social foram implantadas e ao perfil da indústria de cada um.

Evânio Felippe diz que o tamanho da retração da indústria reforça ainda mais a necessidade de medidas públicas que garantam fôlego às empresas, principalmente no acesso ao crédito a juros baixos.

Para o economista, a flexibilização gradual das medidas de isolamento em todo estado deve ajudar na recuperação da atividade industrial paranaense.

Os setores que tiveram resultados positivos em abril foram os de produtos derivados do petróleo, que cresceu 10%; o de alimentos, que ampliou a produção em pouco mais de 8%; e o setor de papel e celulose, que registrou alta de quase 7%.