Operação do GAECO desmantela esquema de venda de cosméticos falsificados pela internet
Investigações apontam uso de empresas de fachada e vendas pela internet para comercializar produtos de marca internacional adulterados
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) deflagrou a Operação Dalila, que cumpriu nesta quinta-feira (2) quatro mandados de busca em Londrina contra um grupo suspeito de comercializar cosméticos falsificados pela internet.
De acordo com o delegado Ricardo Jorge, do Ministério Público, as investigações tiveram início após a própria multinacional francesa, detentora da marca lesada, apresentar notícia-crime ao constatar irregularidades na venda de seus produtos. A quadrilha operava por meio de cinco empresas na cidade.
Em um dos locais vistoriados no Jardim Bandeirantes, zona oeste de Londrina, foram apreendidas etiquetas, embalagens e produtos prontos para venda, além de celulares, documentos e equipamentos eletrônicos que podem comprovar a falsificação de mercadorias.
Segundo os laudos já anexados ao inquérito, parte dos itens vendidos era de fato falsificada. Ainda não há confirmação se todo o material comercializado era irregular ou se havia mistura entre produtos originais e falsificados.
O crime está tipificado no artigo 273 do Código Penal, que trata da falsificação, adulteração e venda de medicamentos, cosméticos e produtos de limpeza, com pena mínima de dez anos de reclusão. O caso lembra episódios recentes no Brasil envolvendo adulteração de produtos, como o uso de metanol em bebidas.
Os preços praticados não apresentavam grande diferença em relação ao valor de mercado, o que dificultava a percepção por parte dos consumidores.
O GAECO estima que o esquema vinha funcionando pelo menos desde outubro de 2024. Um dos responsáveis foi detido e conduzido para autuação. As investigações agora buscam esclarecer se a falsificação ocorria em Londrina ou se os produtos já eram adquiridos de fornecedores adulterados.