SEGUNDA, 11/01/2021, 06:30

Para alguns, um ano digno de esquecer, para outros uma oportunidade de tirar lições e aprender. Mas, e como 2020 será visto no futuro

Fizemos esta e outras perguntas a um especialista na área em busca de respostas sobre o momento que vivemos e sobre como será o pós-pandemia.

Que o momento não tem precedentes na história da humanidade, a maioria concorda. Mas, a politização trouxe a polarização. E as redes sociais tiveram papel importante nesse processo. De um lado, um grande esforço das pessoas para tentar se proteger do vírus, com aqueles protocolos básicos já conhecidos. Dos cientistas, para chegar a uma vacina, e dos profissionais da saúde para tratar as milhares de vítimas da Covid.

Mas, de outro, temos a negação da doença, as fake news e o comportamento individualista de muitos. E como 2020, esse ano conturbado, será visto no futuro? E a humanidade está aproveitando a crise para tirar lições e evoluir como coletivo? As redes sociais e a conectividade de hoje alteraram de alguma forma essa percepção do momento?  Foi com estes e outros questionamentos que decidimos procurar um especialista na área em busca de algumas respostas.

Sobre a pergunta se estaríamos sabendo aproveitar o momento de crise para tirar algumas lições e evoluir, o Doutor em História Social pela USP, professor José Miguel Arias Neto, avalia que já é possível dizer que sim, que parte da humanidade está preocupada com vários aspectos da vida e aprendendo com o momento nas mais diversas áreas.

Sobre se as redes sociais alteraram a percepção do momento atual, o professor acredita que elas vêm funcionando tanto para esclarecer quanto para negar a pandemia, mas avalia também que há uma reação crescente das plataformas digitais no combate a esse movimento de desinformação.

Em relação a como o ano de 2020 será visto no futuro, o pesquisador diz que a pergunta é difícil, mas se arriscou a tentar explicar. O professor acredita que, apesar das tentativas de negar a importância da ciência, o futuro vai mostrar que ela prevaleceu e buscou referências em outros episódios marcantes da história da humanidade, como a peste negra.

Formado em História pela UEL, José Miguel Arias Neto é também professor de História Contemporânea da Graduação da Universidade e docente do Mestrado em História Social.

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