QUARTA, 24/06/2020, 11:23

Paranaenses das classes A e B são os que têm mais dívidas

Pesquisa da Fecomércio mostra estabilidade nos números, mas consumidores do estado enfrentam ainda mais dificuldade para pagar as contas em função da crise causada pela pandemia.

O endividamento das famílias paranaenses, apesar da crise econômica causada pelo novo coronavirus se mantém estável no Paraná. Isso é o que mostra a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR). O diretor de Planejamento e Gestão da Fecomércio comenta que o levantamento mostra, neste mês, que 89,5% das famílias possuem algum tipo de dívida. No mês passado, era de 89,6%. Índice já esperado em virtude da queda de receita de muitas pessoas.

No ranking de estados com maior percentual de endividamento, o Paraná está atrás apenas do Rio Grande do Norte, com 67,1%. Segundo a pesquisa, 29,9% dos paranaenses possuem dívida em atraso agora em junho. Esse índice era de 25,6%. Já quem não vai ter condições de pagar essas contas em atraso chega a 14,5%. Os dados, segundo a Fecomércio, são os mais preocupantes da série histórica da pesquisa, que começou a ser feita em 2010.

O levantamento mostrou que os mais endividados são as pessoas de classes mais altas e não é de hoje. Quem ganha mais de 10 salários mínimos normalmente está no topo de lista dos que não conseguem honrar os compromissos financeiros. Em junho, 95,8% desse público têm alguma conta à pagar. Além disso, observa-se que o número de pessoas de classes A e B que não vão ter dinheiro para pagar as dívidas subiu de 1,3% em abril, 7,6% em maio para 7,6% neste mês.

Na contramão do que já é tradição, o cartão de crédito não é o principal vilão das dívidas. O crédito consignado foi a modalidade que mais aumentou no último mês, com elevação de 53,7%.

Por Claudia Lima

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