SEXTA, 22/11/2019, 19:16

Polícia conclui inquérito relacionado à morte de servidora e aponta para desvios de até R$ 2 milhões do HU de Londrina

Investigações tiveram início depois que funcionária, considerada a chefe do esquema, foi encontrada morta em um rio no ano passado. Seis pessoas foram indiciadas.

A Divisão de Combate à Corrupção, da Polícia Civil do Paraná, concluiu as investigações sobre o suposto esquema fraudulento que atuava no desvio de recursos do Hospital Universitário de Londrina. A apuração teve início em outubro do ano passado, quando a servidora da instituição, Lucélia Pires Ferreira, de 56 anos, foi encontrado morta em um rio na cidade de Porecatu.

A polícia aponta a funcionária, que trabalhava na secretaria da Diretoria Clínica do HU, como a chefe do esquema. Conforme as investigações, ela atuava na fraude de documentos e processos de pagamentos de benefícios, e teria favorecido a empresa do genro em um dos contratos. Os desvios, segundo a polícia, teriam ocorrido entre 2016 e o ano passado, e gerado um prejuízo de 766 mil e 815 reais aos cofres do hospital, que é público. Um outro inquérito, ainda em andamento, aponta para um desvio ainda maior, de R$ 1,2 milhão. Ou seja, ao todo, o esquema teria desviado quase R$ 2 milhões da instituição.

No inquérito já concluído, a polícia indicia o filho e o genro de Lucélia, além de um médico e um outro funcionário do hospital por peculato, fraude à licitação, falsificação de documento público e organização criminosa. Já a ex-superintendente e a ex-diretora do HU foram indiciadas por prevaricação, uma vez que, segundo as investigações, não suspenderam o contrato fraudulento mesmo depois de saberem das irregularidades.

O inquérito policial, com mais de 6.800 páginas, foi encaminhado nesta semana ao Ministério Público do Paraná. Durante as investigações, 68 pessoas prestaram depoimentos. Os seis indiciados também foram interrogados.

Os advogados que defendem os familiares de Lucélia que foram indiciados disseram que, por enquanto, não vão se manifestar.

Por Guilherme Batista

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