SEXTA, 12/09/2025, 11:43

Polícia Federal cumpre mandados em Londrina contra fraudes em empréstimos de FGTS

 Investigação aponta que núcleo criminoso usava cúmplices para abrir contas com documentos falsificados 

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta sexta-feira (12), a Operação Ventríloquo II, cumprindo dois mandados de busca e apreensão em endereços da cidade. A investigação apura crimes de estelionato cometidos por um grupo que, em abril deste ano, abriu de forma fraudulenta uma conta bancária na Caixa Econômica Federal, em Siqueira Campos, e contratou empréstimos de antecipação do saque-aniversário do FGTS que somaram quase R$ 30 mil. O dinheiro foi rapidamente transferido via Pix para contas de cúmplices e sacado em seguida.

O esquema consistia no uso de documentos de identidade e comprovantes de endereço falsificados para a abertura de contas bancárias. Dias depois, os criminosos solicitavam empréstimos consignados e, assim que os valores eram liberados, faziam a movimentação financeira de forma imediata, dificultando o rastreamento.

Segundo a Polícia Federal, as apurações indicam a existência de um núcleo central responsável por coordenar as ações. Esse grupo identificava pessoas com benefícios previdenciários ou saldo no FGTS, falsificava documentos em nome delas e recrutava cúmplices para se passarem pelos titulares diante dos bancos. Esses cúmplices eram orientados passo a passo pelos integrantes do núcleo, que os acompanhavam até as agências e davam instruções sobre como agir.

Além do núcleo central e dos executores que abriam as contas fraudulentas, havia ainda terceiros que emprestavam suas próprias contas bancárias para receber os valores dos empréstimos. A operação deflagrada mira justamente essas pessoas, que permitiram o trânsito do dinheiro obtido nas fraudes.

O nome “Ventríloquo II” faz referência a uma investigação anterior, que apurou esquema semelhante. Na época, uma pessoa mais jovem se apresentava como filha ou afilhada da titular do benefício previdenciário, normalmente uma idosa com dificuldades de locomoção, e era quem falava e agia em nome dela, “dando voz” à fraude dentro das agências bancárias.

Por Paulo Andrade

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