Após dois meses de alta, a tendência de crescimento da produção industrial paranaense ficou negativa em julho. De acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE, a retração foi de 0,3% em relação ao mês passado, quando o indicador registrou crescimento de 5,2%. O resultado também é negativo quando comparado com o mesmo mês do ano passado, mas nesse caso a queda foi maior, de pouco mais de 9%, e no acumulado no ano, ficou em 8,6%.

O economista da Federação das Indústrias do Paraná, Marcelo Alves, afirma que a expectativa era de que os bons resultados dos últimos meses se repetissem agora em julho, o que não ocorreu, principalmente em alguns dos principais setores da indústria do estado, como o automotivo, que acabou acumulando as maiores perdas do mês, mais de 42%.

De acordo com Alves, o segmento automotivo representa 8% do PIB industrial do estado.

Em julho, na comparação com o mesmo mês do ano anterior, as maiores quedas registradas foram na fabricação de máquinas e equipamentos, -54,7%, seguido pelo setor automotivo, com 51,3% de redução; e produtos químicos, como pouco mais de 16% de queda. Os que mais cresceram foram aparelhos e materiais elétricos, com alta de 30%, e bebidas, com quase 26%.

No ano, o setor automotivo também é o que acumula as maiores perdas, com mais de 42% de queda na produção. Os indicadores nacionais foram bem melhores que os paranaenses. O país registrou crescimento de 8% em relação a junho. Mas, no acumulado do ano, as perdas da indústria brasileira somam 9,6%.

Os outros estados da região Sul também melhoraram o desempenho em julho. No caso de Santa Catarina o crescimento foi de 10%. No Rio Grande do Sul, o aumento na produção industrial chegou a 7%.

O economista da Federação das Indústrias avalia que, apesar dos números negativos de julho, os dados acumulados do ano trazem alguma esperança.