A frente fria que avança pelo extremo sul do país vai trazer a esperada chuva para boa parte do estado nesta quinta-feira. Não vai ser na quantidade necessária para acabar com o déficit hídrico e aliviar a pressão sobre o abastecimento humano e as lavouras.

E o pior é que ela não vai passar da metade sul do estado e muito menos chegar à região norte, explica a agrometeorologista do Instituto de Desenvolvimento Rural, o IDR, Heverly Moraes.

Chuva por aqui, segundo ela, só no início da próxima semana e mesmo assim em pouca quantidade e localizada.

Os números do IDR, o antigo Iapar, mostram que choveu apenas metade do previsto em 2020, o pior ano da história para o estado. A média histórica é de 1.640 mm, mas até agora foram apenas 820 mm esse ano.

Willian Roesler, engenheiro agrônomo de uma das principais consultorias da cidade, diz que a preocupação é geral e que nem mesmo a chuva que caiu na semana passada em toda a região conseguiu animar os produtores de soja.

Ele conta que em muitas lavouras plantadas recentemente as sementes chegaram a germinar, mas a planta não se desenvolveu bem ou até já morreu, por conta do grande déficit hídrico do solo.

O agrônomo explica ainda que outro problema é que se o plantio da soja atrasa, as culturas de inverno acabam afetadas. Além disso, o desenvolvimento da planta também pode ficar comprometido, justamente na fase onde ela mais precisa de chuva, a de enchimento do grão.

Ainda de acordo com os números do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, agosto foi o único mês de 2020 em que as chuvas aqui na região ficaram acima da média histórica.