TERCA, 25/09/2018, 14:40

Sindicalista investigado pela operação Registro Espúrio diz que é inocente e que valor recebido pela federação foi autorizado pela justiça

Os R$ 2,5 milhões questionados pela Polícia Federal teriam sido, segundo ele, para pagar uma dívida da União com a Fenatracoop.

O presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores Celetistas nas Cooperativas no Brasil (Fenatracoop), Mauri Viana convocou uma coletiva de imprensa para falar sobre a prisão dele na Operação Registro Espúrio. Ele foi preso na semana passada pela Polícia Federal. Ele defende que há anos, o dinheiro que vinha do governo para a federação não condizia com o número de associados, 390 mil no Brasil. A expectativa era receber R$ 3 ou 4 milhões por ano, mas chegava a receber menos de R$ 700 mil reais anualmente. Para questionar isso, a Fenatracoop entrou com uma ação contra a União e a Caixa Econômica Federal. A federação ganhou na justiça e recebeu o valor de R$ 2,5 milhões, dinheiro que está sendo considerado como “desvio” pela investigação.

Outras federações também receberam. O total liberado foi de R$ 9 milhões. Ele afirma ainda que falta receber o restante para completar R$ 80 milhões de correção, determinados pela justiça. Mas, a dificuldade vem desde a troca de dos ministros no governo do presidente Michel Temer.

Mauri Viana ficou preso por três dias na carceragem da Polícia Federal. Ele saiu da prisão por decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), junto com os demais acusados, presos em outros estados. A operação, autorizada pelo STF, investiga supostos desvios de valores da Conta Especial Emprego e Salário (CEES), administrada pelo Ministério do Trabalho, que são os liberados para as entidades. A CEES é alimentada com contribuição sindical e integra Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) que custeia benefícios ao trabalhador como, por exemplo, o seguro-desemprego e o abono salarial.

No total, a Polícia Federal cumpriu 16 mandados de busca e apreensão e nove de prisões temporárias em Brasília, Goiânia, Anápolis (GO), São Paulo e Londrina (PR).

Por Claudia Lima

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