UEL vai usar números levantados há 20 anos para verificar se abelhas estão sumindo da Mata dos Godoy, em Londrina
Extinção do inseto mundo afora é vista com muita preocupação pelos pesquisadores, que lembram que as abelhas são as grandes responsáveis pela polinização das plantas, o que garante melhores frutos e mais sementes.
Pesquisadores do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Estadual de Londrina (UEL) vão realizar uma pesquisa para verificar se a Mata dos Godoy, parque localizado na zona sul da cidade, continua sendo a casa de pelo menos onze espécies de abelhas. A ideia é comparar números levantados há cerca de 20 anos com o atual cenário e, assim, descobrir como está a comunidade de abelhas na área de preservação ambiental. Como há redução das populações de abelhas no mundo, o que gera preocupação com a extinção de algumas populações e espécies, existe a hipótese de que elas também estejam declinando em número no norte do estado por conta da intervenção humana.
Segundo a professora Silvia Helena Sofia, responsável pelas pesquisas, as mudanças climáticas, o uso de agrotóxicos e o crescimento urbano acelerado estão entre os principais motivos que podem influenciar na redução das populações de abelhas. No levantamento realizado há 20 anos, ela conseguiu catalogar as onze espécies de abelhas de orquídeas na Mata dos Godoy. Infelizmente, conforme a pesquisadora, parte dessas espécies pode ter sumido ao longo dos últimos anos.
A extinção das abelhas, segundo Silvia Helena, pode trazer prejuízo imensurável à produção de alimentos mundo afora. Elas são as responsáveis pela polinização de plantas, o que possibilita gerar frutos de melhor qualidade à população: se nas plantações elas são responsáveis por 75% do processo de polinização, nas florestas e matas esse número chega a 90%.
A professora também é responsável por outro projeto que está fazendo o monitoramento das abelhas nas propriedades rurais que integram a chamada Rota do Café, abrangendo de Londrina a Ribeirão do Pinhal, no norte do estado. Em levantamentos prévios, a principal espécie encontrada é a abelha europeia, que é exótica e foi introduzida no país no século 19. A pesquisa vem como forma de valorizar a região e, ainda, de conservar as espécies de abelhas que nos últimos anos estão sofrendo redução das populações devido à ação humana.
Com informações da Agência Estadual de Notícias.