Acusado de matar a ex-namorada grávida, homem é cercado pela população e escapa de linchamento após ser preso em Bandeirantes, no norte do Paraná
A jovem foi encontrada morta em uma estrada rural depois de passar três dias desaparecida. Em mensagens de áudio enviadas a uma amiga, ela conta que o suspeito não aceitava a gravidez.
Familiares e amigos de Larin Kethleen Oliveira da Silva, de 22 anos, encontrada morta em uma estrada rural de Bandeirantes, no norte do Paraná, na última segunda-feira (15), fizeram uma grande passeata pelo centro da cidade na tarde desta quarta (17) cobrando justiça pelo assassinato da jovem, que estava grávida. Durante a manifestação, eles receberam a informação de que o ex-namorado de Larin, que é o principal suspeito do crime, estava escondido no escritório do advogado dele. A Justiça tinha expedido o mandado de prisão preventiva contra o rapaz de 24 anos, que já era considerado foragido.
A população cercou o escritório e conseguiu conter o acusado no momento em que ele deixava o local. O jovem foi agredido por diversas pessoas, e só escapou de um linchamento porque foi preso pela Polícia Militar (PM) antes. Ele foi encaminhado para a Delegacia de Bandeirantes, que também foi cercada pela população. Algumas pessoas mais exaltadas chegaram a ameaçar invadir a unidade, mas desistiram da ideia depois da chegada de equipes policiais de cidades da região.
O suspeito foi transferido para a Casa de Custódia de Londrina, onde deve ficar à disposição da Justiça. A Polícia Civil de Bandeirantes segue investigando o caso, tratado como feminicídio.
Larin teve uma relação com o acusado por quatro anos, e a gravidez teria sido o motivo para que o namoro chegasse ao fim. Após receber a notícia de que a jovem estava esperando um bebê, o ex-namorado chegou a comprar remédios para que ela fizesse um aborto. Ele também negou ser o pai da criança, alegando que era estéril.
Apesar de toda a pressão, Larin resolveu continuar com a gravidez. Ela estava desaparecida desde a tarde da última sexta-feira (12). A reportagem teve acesso a mensagens de áudio enviadas por Larin a uma amiga dias antes de sua morte. Em uma delas, a jovem aparenta estar muito nervosa com a situação.
Na conversa, ela também deixa claro que o ex-namorado não aceitava a gravidez.
Larin lembra, ainda, de uma outra gravidez, que não foi para frente, e dá a entender que, na época, também foi ameaçada pelo acusado.
As causas da morte da jovem ainda vão ser apuradas. A participação de outras pessoas no crime não está descartada.