QUINTA, 07/10/2021, 18:40

As maiores construtoras do Paraná estão em Londrina e são referência do setor em todo o país

Ranking divulgado recentemente pelo jornal Valor Econômico reconhece a imponência das empresas, que, juntas, têm mais de um século de história e ajudaram a cidade a se tornar um pólo nacional na área da construção civil. Gigantes do agronegócio também integram o ranking.

Na quarta cidade do sul do país, as riquezas vêm de lados relativamente opostos. Enquanto as cooperativas agrícolas se utilizam da terra vermelha para movimentar bilhões nas lavouras e plantações, no perímetro urbano a riqueza é alçada pelos guindastes dos edifícios em construção. Em Londrina, a roda da economia gira graças, principalmente, à construção civil e ao agronegócio. Tanto é que as seis empresas da cidade que aparecem no ranking Valor 1000 são desses dois segmentos. Na seleta lista, divulgada recentemente pelo jornal Valor Econômico, destaque para duas empresas londrinenses tradicionais, que, juntas, somam mais de um século de história e muitas conquistas no ramo da construção. Elas também são as únicas construtoras do Paraná a aparecerem na lista.

O ranking confirmou, pelo oitavo ano consecutivo, que a Plaenge é a maior construtora do sul do Brasil, com receita líquida estimada em um bilhão e 75 milhões de reais. A A. Yoshii não fica muito atrás, e também aparece na lista, com faturamento girando em torno dos R$ 816 milhões. Os ganhos das empresas, se somados, correspondem a quase todo o orçamento do município.

Gigantes em negócios e tradição, as empresas ajudaram Londrina a se tornar um verdadeiro pólo nacional no segmento da construção civil. Tanto é que a cidade é a sexta do país e a 12º do mundo em números de prédios com mais de 12 andares. E para o diretor da Plaenge, Marcelo Resquetti, isso se deve muito ao comportamento do próprio londrinense, que, desde sempre, preferiu viver em apartamentos.

Resquetti também descreveu o que, para ele, faz a Plaenge se manter firme e forte, como uma das líderes do mercado por tantos anos: a valorização das equipes e os projetos de inovação.

A CBN também conversou com o CEO da A. Yoshii, Leonardo Yoshii, que, assim como o concorrente, listou as principais qualidades da empresa e o que faz dela, na avaliação do empresário, uma das líderes do segmento.

E engana-se quem pensa que o empresário não gosta de concorrência. Muito pelo contrário. A presença de uma outra gigante do ramo na cidade, segundo Yoshii, motivou a empresa a se desdobrar sempre em busca da excelência. Ganham as construtoras. Ganha o mercado em si. E, principalmente, ganha o consumidor.

Yoshii também falou sobre como a empresa se comportou diante da pandemia de coronavírus, que atingiu em cheio a economia mundial. Diferentemente de outros setores, conforme ele, o da construção civil conseguiu se adaptar bem às dificuldades. Entre 2019 e 2020, inclusive, o número de imóveis residenciais comercializados no país subiu quase 10%, de acordo com dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção.

Para o diretor da Plaenge, há espaço no mercado para ainda mais negócios. Ele lembrou que apenas 3,3% de todo o PIB nacional tem relação à construção civil, que o setor está em plena expansão, e que o potencial de crescimento é gigantesco.

Se por um lado o setor da construção civil ainda batalha atrás de mais espaço na economia, do outro o agronegócio se consolida como a principal força nacional diante da crise gerada pela pandemia. As outras quatro empresas londrinenses que aparecem no ranking Valor 1000 são do segmento. A líder delas é a Cooperativa Integrada, com receita líquida de R$ 4,4 bilhões. À CBN, o presidente da empresa, Jorge Hashimoto, citou o planejamento estratégico dos últimos cinco anos como o principal motivo para um resultado tão expressivo.

Um faturamento invejável, e que deve ficar ainda maior este ano.

Por Guilherme Batista

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