Funcionários dos Correios de Londrina entram em greve
Paralisação integra movimento nacional da categoria, que cobra reajuste salarial e manutenção de direitos históricos
Funcionários dos Correios de Londrina aderiram à greve nacional, iniciada na noite de terça-feira (16), após assembleias realizadas em diversas regiões do país. O movimento ocorre em meio ao impasse nas negociações do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e à frustração da categoria diante da ausência de propostas concretas por parte da direção da empresa, mesmo após cinco meses de tratativas.
Além de Londrina, a paralisação foi aprovada em capitais e regiões estratégicas, como São Paulo, Vale do Paraíba, Campinas, Santos, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Ceará, Paraíba e outros estados.
Entre as principais reivindicações da categoria estão o reajuste salarial e a manutenção de benefícios considerados históricos, como o adicional de 70% nas férias, o pagamento de 200% para o trabalho aos fins de semana e o benefício de final de ano, conhecido como “vale-peru”, no valor de R$ 2.500.
A direção dos Correios afirma que a situação financeira da estatal inviabiliza a concessão desses direitos. A estimativa é de que o prejuízo acumulado entre janeiro e setembro deste ano chega a R$ 6 bilhões.
Em Londrina, a greve teve início ainda na noite de terça-feira, por volta das 22h. De acordo com Diego Henrique da Silva, diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no Paraná (Sindicom-PR), a estimativa inicial é de que entre 30% e 35% dos trabalhadores da cidade estejam paralisados, índice que tende a crescer nos próximos dias.
A maior parte da adesão local ocorre entre os carteiros, o que deve provocar atrasos significativos na entrega de cartas e encomendas. Já o atendimento ao público também pode sofrer restrições, a depender da evolução do movimento e da organização interna da empresa para manter os serviços mínimos exigidos por lei.
Além da paralisação das atividades, o sindicato também organiza ações de mobilização. Para os próximos dias, estão previstas concentrações e piquetes em unidades estratégicas, como o Centro de Distribuição Domiciliar (CDD) da região central. Enquanto não houver uma proposta que contemple minimamente as reivindicações da categoria, a paralisação deve ser mantida, com reflexos diretos na rotina de serviços postais em Londrina e em todo o país.