SEGUNDA, 18/10/2021, 18:53

Operação Expresso denuncia 70 suspeitos de sonegação fiscal na compra e venda de café

Primeiros levantamentos apontam que grupo teria causado prejuízo aos cofres públicos de mais de R$ 50 milhões. Investigações continuam e devem apontar novos envolvidos.

No total, 70 pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público suspeitas de participar do esquema de sonegação fiscal em quatro estados, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Paraná. Os envolvidos seriam responsáveis, de acordo com o MP, pela sonegação de impostos e a creditação indevida do ICMS na compra e venda de café em grão cru entre diferentes estados.

As investigações da força-tarefa, que além do MP, tem a Polícia Civil e as receitas Estadual e Federal, foram iniciadas há mais de dois anos. Na primeira fase da operação, em março deste ano, foram cumpridos 16 mandados de prisão aqui no Paraná, nove em Minas Gerais, três no Espírito Santo e dois em São Paulo. Também foram apreendidos 15 veículos aqui em Londrina, e R$ 300 mil em joias, no Espírito Santo.

A segunda fase da Expresso ocorreu em agosto, em torrefações de café, corretoras e empresas de Londrina e Maringá, entre outras cidades do estado e apreendeu principalmente documentos, celulares e HDs.

O coordenador do Gaeco, o Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado em Londrina, promotor Jorge Barreto, afirma que a quantidade de denunciados e os 91 crimes descobertos até agora pela força-tarefa, revelam o tamanho da atuação do esquema.

De acordo com o coordenador do Gaeco, a Receita Estadual apurou, até agora, um prejuízo de mais de R$ 50 milhões aos cofres públicos. Jorge Barreto diz ainda que as investigações continuam e devem chegar a novas empresas e pessoas envolvidas nos crimes.

No esquema, de acordo com a força-tarefa, atacadistas e corretores de café de Londrina e região ofereciam às torrefações a aquisição do café cru de duas formas. A primeira, destinando o produto juntamente com créditos fraudulentos de ICMS de notas fiscais falsas. A segunda, na compra do grão em operações também ilegais em que os tributos não eram recolhidos.

Nas duas situações, mostram as investigações, o café tinha como origem Minas Gerais e Espírito Santo, era comercializado por cooperativas e produtores dos dois estados, sendo as notas fiscais destinadas a empresas de fachada.

Paralelo a isso, outra empresa chamada de “noteira”, em São Paulo, emitia notas fiscais falsas para atacadistas e torrefações do Paraná. Nas duas compras, os destinatários do aqui do estado se beneficiavam com os créditos do ICMS, de operações interestaduais fraudulentas, que nunca foram pagos. 

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