QUINTA, 01/07/2021, 18:11

24 variantes do coronavírus já foram encontradas no Paraná, mostra balanço da Sesa

Cepa de Manaus tem maior nível de circulação no estado, de acordo com levantamento.

Para identificar o tipo do vírus, o Laboratório Central do Estado do Paraná (Lacen/PR) encaminha à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e à Fundação Ezequiel Dias (Funed), testes RT-PCR coletados em pessoas que tiveram o diagnóstico positivo para a doença.

Lá, as amostras passam por um sequenciamento genômico, que permite reconhecer a linhagem do vírus. De acordo com o levantamento divulgado na última quinta-feira pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), desde o início da pandemia, 24 mutações da Covid-19 foram registradas no Paraná.

Até agora, 925 testes foram enviados para identificação. O resultado apontou para uma alta circulação da variante gama, também conhecida como P.1, de origem amazônica, e que teve o primeiro caso positivo no estado em meados de fevereiro.

Aline Stipp, microbiologista e professora da PUC Londrina, explica que a mutação é mais transmissiva e pode ter relação com o aumento do número de casos do coronavírus no Paraná. Mas ela avalia que o avanço da vacinação pode ser um fator importante para desacelerar este quadro.

Além da P.1, a análise também apontou para a presença da cepa B.1.1.17, importada do Reino Unido, além da variante indiana, que recentemente foi confirmada na cidade de Apucarana. Outra mutação que circula no Paraná é a P2, conhecida como zeta, que surgiu no Rio de Janeiro.

Apesar da preocupação relacionada à transmissão dessas mutações, Aline afirma que a alteração na estrutura dos vírus é algo comum na virologia. Ela explica que o aumento na circulação de pessoas é um cenário favorável para o desenvolvimento de variantes que, em alguns casos, desenvolvem características acentuadas e que facilitam a replicação da cepa.

A professora destaca a importância do monitoramento dessas variantes para acompanhar o nível de proteção gerado pelas vacinas contra a Covid diante das modificações que o vírus vem apresentando. Ela garante que, até agora, os imunizantes são seguros e eficazes contra as mutações identificadas.

Aline Stipp ressalta ainda que as medidas de prevenção a todas as variantes seguem os mesmos protocolos definidos desde o início da pandemia. A orientação é que, mesmo depois de vacinada, a população continue usando máscaras de proteção e higienizando as mãos, como também siga adotando o distanciamento social.

Comentários