SEGUNDA, 15/09/2025, 13:46

Análises da UTFPR revelam queda na qualidade da água do Lago Igapó 2

Estudo indica possível início de eutrofização e necessidade de medidas preventivas

O Lago Igapó 2, na região sul da cidade, tem chamado atenção pela mudança visível na coloração de suas águas, agora em tom verde-escuro. O fenômeno motivou análises técnicas para identificar as causas e definir medidas de controle.

De acordo com o professor do curso de Engenharia Ambiental e Sanitária da UTFPR, Orlando Carvalho Júnior, coletas recentes mostraram índices de qualidade da água abaixo do esperado, principalmente em razão do aumento do nível de fosfato, o que pode indicar o início de um processo de eutrofização, quando a proliferação de algas reduz o oxigênio disponível e compromete a vida aquática.

O especialista destaca que, apesar de não haver confirmação de riscos imediatos para a população, a situação requer atenção. Por precaução, recomenda-se evitar banho, pesca, esportes aquáticos ou qualquer atividade de contato direto com a água até que haja informações mais precisas. A preocupação maior, no momento, é com a preservação da fauna aquática, já que peixes e outras espécies podem ser afetados pela queda na disponibilidade de oxigênio.

Carvalho ainda afirmou que por enquanto não é possível determinar o tipo de risco que essa alga pode ter na comunidade de peixes do lago.

Diversos fatores podem estar associados ao quadro atual: clima seco e prolongado, temperaturas elevadas, acúmulo de nutrientes, ação da luz solar sobre um volume de água reduzido, além de possíveis descargas clandestinas de esgoto. Em conjunto, esses elementos favorecem o crescimento acelerado de algas e a alteração do equilíbrio natural do lago.

O monitoramento seguirá sendo feito com base em parâmetros como pH, temperatura, oxigênio dissolvido e nutrientes. A expectativa é que, dependendo das condições ambientais, o próprio lago possa recuperar parcialmente seu equilíbrio, mas a possibilidade de intervenções não está descartada.

Os pesquisadores defendem a criação de uma plataforma pública para reunir dados sobre a qualidade da água e permitir que a sociedade acompanhe a evolução do lago ao longo do tempo. A proposta visa ampliar a transparência e ajudar no entendimento de fenômenos semelhantes que possam ocorrer no futuro.

Por Paulo Andrade

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