SEGUNDA, 08/11/2021, 07:06

Em caso inédito no Paraná, servidores da justiça se mobilizam e fazem máscaras transparentes para júri com surdos

Acessórios foram fundamentais para comunicação de réu, testemunhas e intérpretes de um julgamento de feminicídio em Arapongas.

Mais um desafio imposto pela pandemia, que contou com a iniciativa dos servidores da justiça para ter uma solução. Um caso de feminicídio em que o réu e parte das testemunhas eram surdos. Além da preparação do plenário para garantir a participação e a segurança de todos, com a utilização de placas e máscaras de acrílico, a Secretaria da 1ª Vara Criminal de Arapongas teve uma tarefa extra: confeccionar máscaras transparentes.

Elas foram utilizadas por intérpretes, testemunhas e o réu, que não participaram presencialmente do júri e facilitaram, e muito, o entendimento da Língua Brasileira de Sinais. O chefe de unidade judicial da 1ª Vara Criminal de Arapongas, Fernando Moscato, diz que o caso é inédito na justiça paranaense e conta que foi preciso se adaptar para oferecer um julgamento inclusivo e que respeitasse o direito de todos.

A ideia da máscara transparente, ele explica, surgiu de conversas com os próprios intérpretes da Libras, que auxiliaram no julgamento e sinalizaram que o acessório adaptado facilitaria a leitura labial e a visualização das expressões do rosto.

Ele conta ainda que, em função do ineditismo do caso e da falta de previsão de recursos específicos para a compra do acessório, eles acabaram confeccionados por uma servidora da própria Vara.

O júri, que foi realizado na última quinta-feira e finalizado no mesmo dia à noite, levou à condenação do réu a 13 anos de reclusão por feminicídio, com a possibilidade de recorrer da pena em liberdade.

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