A Comissão Especial criada na Assembleia Legislativa do Paraná para acompanhar a campanha de vacinação contra o coronavírus recebeu, desde o início dos trabalhos, há quatro meses, mais de mil denúncias sobre possíveis fraudes registradas durante a aplicação das doses no estado. São situações envolvendo cerca de 160 municípios paranaenses. As acusações são diversas, e vão desde desvio de doses, utilização de CPF de pessoas mortas ao uso de influência política para burlar a ordem de imunização. Mas a comissão admite que boa parte delas não se confirmou, e que, em alguns casos, são situações falsas, motivadas por brigas políticas ou perseguições.

O caso de maior repercussão é o da falsa enfermeira de Apucarana, que, em maio deste ano, foi presa acusada de desviar doses da campanha para vacinar pelo menos dez pessoas. O responsável pela campanha na época também foi afastado das funções por suspeita de envolvimento nas fraudes. Ele, a falsa enfermeira e outras onze pessoas, que teriam recebido as doses desviadas, já foram denunciados pelo Ministério Público (MP).

A mulher, inclusive, chegou a ser ouvida pela comissão da Alep e, durante o depoimento, confirmou as irregularidades.

O presidente da comissão, deputado Fernando Francischini, do PSL, garantiu a continuidade das investigações, e disse ainda que o grupo pretende fomentar uma discussão para a criação de uma legislação específica voltada à campanha de vacinação.

Outro caso de grande repercussão, conforme Francischini, foi o registrado em Umuarama, no noroeste do estado, onde até o prefeito foi acusado de participação nas supostas fraudes.