Um endividamento que chegou ao maior nível dos últimos 12 anos em novembro, com 96,2% da população paranaense tendo algum tipo de dívida. É o que mostra a última Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, da Confederação Nacional do Comércio e da Fecomércio. Índice igual ao registrado em agosto de 2011.

O consultor econômico da Associação Comercial e Industrial de Londrina, Marcos Rambalducci, diz que o aumento do endividamento pode ser explicado, em grande medida, pela inflação. A grande questão, afirma o consultor da ACIL, é quando o consumidor passa a parcelar as compras que antes eram feitas à vista.

Mas, Rambalducci diz que apesar dessa alta, os números mostram que o consumidor segue com crédito.

Apesar do endividamento, os paranaenses têm boas condições de pagamento das dívidas: 24% estavam inadimplentes, enquanto a média nacional das contas em atraso foi de pouco mais de 30%. As famílias sem condições de quitar seus débitos representavam 8,2% em novembro, ante 10,9% na média brasileira.

O consultor econômico da ACIL diz que o aumento do endividamento pode sim levar a uma maior inadimplência, mas a grande questão é saber quanto da renda está comprometida com a dívida. Rambalducci afirma que a má notícia fica para o mercado varejista, que acaba sofrendo os reflexos desse endividamento.

A pesquisa mostrou ainda que entre as famílias com renda acima de dez salários mínimos o endividamento foi ainda maior que a média estadual, chegando a 96,4%.

Já no grupo com renda abaixo de dez salários, ele ficou em 96,1%, mas a inadimplência nesse grupo caiu na variação mensal e passou de pouco mais de 26% em outubro para 25,7% em novembro. O percentual de famílias sem condições de pagar as dívidas em atraso ficou estável, em 9,1%.

E o cartão de crédito continua concentrando a maior parte delas, com 85,4% do total, resultado das compras online da Black Friday, que têm nele uma das formas mais utilizadas para pagamento.