Greve nos Correios se arrasta e provoca atrasos nas entregas em todo o país
Paralisação completa duas semanas, afeta serviços como o Sedex e agora depende de decisão do Tribunal Superior do Trabalho
Sem previsão de término, a greve dos trabalhadores dos Correios continua provocando atrasos nas entregas de encomendas em todo o Brasil, justamente no período de maior movimento do ano. A paralisação começou no dia 16 de dezembro e já gera reflexos em cadeia no envio e recebimento de mercadorias, com reclamações de consumidores que aguardam há semanas por encomendas.
Nesta terça-feira, dia 30, o Tribunal Superior do Trabalho analisa o dissídio coletivo entre a estatal e os empregados. Segundo o diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no Paraná, Diego Henrique da Silva, uma nova proposta chegou a ser apresentada, mas foi rejeitada, levando o impasse para a esfera judicial.
Atualmente, agências de 13 estados funcionam normalmente. Em outros 17 estados, entre eles Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, há adesão ao movimento grevista. O conflito envolve o acordo coletivo da categoria e segue sem consenso, mesmo após várias rodadas de negociação.
Com isso, consumidores enfrentam dificuldades para postar e receber encomendas. Há registros de objetos enviados no início do mês que ainda aparecem como “em transferência” no sistema de rastreamento, sem previsão de entrega, o que também atrapalha processos de troca, devolução e reembolso. Nem mesmo serviços expressos, como o Sedex, escaparam dos atrasos.
Em nota, os Correios informaram que as agências seguem abertas e que as entregas estão sendo feitas em regime de contingência. A estatal afirma que cerca de 90% do efetivo continua trabalhando, com medidas como remanejamento de funcionários, mutirões e plantões em feriados e fins de semana. Segundo a empresa, o índice de entregas no prazo em dezembro estaria em torno de 89%.
A disputa entre trabalhadores e direção dos Correios já dura mais de cinco meses. Após a rejeição da última proposta de acordo, o caso avançou para o dissídio coletivo, quando não há entendimento entre as partes.
Entre os pontos de divergência está o fim do chamado ponto por exceção, previsto para 2026. A direção da empresa afirma que o modelo prejudica a produtividade e dificulta o controle da jornada. Durante o processo, o presidente do TST determinou a manutenção de pelo menos 80% do efetivo em cada agência, sob pena de multa diária aos sindicatos em caso de descumprimento.