TERCA, 22/12/2020, 16:01

Grupo denunciado por fraudar licitações em 14 cidades do norte do Paraná teria causado prejuízo de R$ 1 milhão aos cofres públicos

Integrantes do esquema, investigados pela Operação Casa de Papel, do Ministério Público em Londrina, vão responder por fraude, falsidade ideológica e organização criminosa.

Treze pessoas, entre empresários e agentes públicos, foram denunciados à Justiça esta semana por envolvimento no esquema de corrupção desbaratado pela Operação Casa de Papel, do Grupo Especializado na Proteção do Patrimônio Público e no Combate à Improbidade Administrativa, o Gepatria, de Londrina. Os denunciados são acusados de fraudar licitações em 14 cidades do norte do estado, e vão responder por fraude, falsidade ideológica e organização criminosa. A investigação veio à tona em julho deste ano, quando policiais do Gaeco cumpriram sete mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas e empresas ligadas às irregularidades. O Ministério Público conseguiu comprovar sete fatos criminosos praticados pelo grupo, que, de acordo com as investigações, se utilizavam de “laranjas” e até de empresas de fachada para cometer os crimes. O firmamento dos contratos fraudulentos com prefeituras e câmaras municipais teria causado um prejuízo de mais de R$ 1 milhão aos cofres públicos, conforme levantamento feito pela investigação. A CBN tentou contato nesta terça-feira (22) com o promotor do Gepatria, Renato de Lima Castro, para saber mais detalhes da denúncia, mas não obteve retorno. Em julho, logo após a deflagração da operação, ele explicou que os contratos firmados diziam respeito a um serviço obsoleto, que previa o transporte de documentos e até de servidores públicos entre as cidades de origem e Curitiba. Uma atividade de fachada, montada, conforme o promotor, para fazer com que a organização criminosa obtivesse meios para o desvio do dinheiro público.

Ainda segundo Castro, os empresários também contavam com a ajuda de servidores das próprias prefeituras, que recebiam propina para agendar visitas técnicas desnecessárias à capital e, consequentemente, fazer o esquema girar.

Conforme a denúncia, o esquema teria sido realizado pelos acusados por pelo menos sete anos, entre 2013 e 2020. Durante este período, o grupo teria fraudado licitações com as prefeituras de Arapongas, Cambira, Centenário do Sul, Colorado, Faxinal, Iguaraçu, Marilândia do Sul, Pitangueiras, Prado Ferreira, Rolândia, Sabáudia, Santa Inês, Santo Inácio e São Sebastião da Amoreira, com as câmaras municipais de Arapongas, Assaí e Astorga, e até com o Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Ivaí. Além de denunciar os suspeitos, o MP já conseguiu fazer com que os empresários envolvidos sejam proibidos de firmar contratos com o poder público pelos próximos anos.

Por Guilherme Batista

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