SEGUNDA, 11/05/2020, 18:25

Londrinenses desenvolvem respirador para pacientes de Covid-19 com tecnologia nacional de ponta e por menos da metade do preço dos importados

Testes de validação do aparelho começam esta semana e em poucos dias equipamento deve estar operando nos hospitais da cidade.

Uma das maiores dificuldades hoje, nos hospitais do mundo todo, é a falta de ventiladores mecânicos para os pacientes da Covid-19. Mesmo que se tenha dinheiro para comprar, o equipamento não é encontrado. Além disso, os preços no mercado internacional dispararam. Por conta dessa dificuldade mundial em adquirir o aparelho, diversas inciativas surgiram em vários países e aqui no Brasil para tentar viabilizar o desenvolvimento de respiradores.

E uma empresa aqui de Londrina, da área de automação industrial, a Jirehmaq, decidiu entrar de cabeça nesse processo. O equipamento, desenvolvido pelos empresários Thiago Abrão Lopes e Rômulo Martins Petruy tem tecnologia 100% londrinense e o protótipo, que demorou 40 dias para ficar pronto, já está em fase de testes. A primeira preocupação na hora de começar a desenvolver o projeto foi não depender de peças importadas.

O equipamento, segundo Rômulo Petruy, é quase que totalmente feito com tecnologia nacional e traz várias inovações em relação aos ventiladores instalados hoje nos hospitais do país inteiro e também aos que são fabricados pelo mundo, mas que ninguém consegue importar.

A operação do AGP-2020, como foi batizado o respirador, é feita por uma tela de toque que exibe todos os controles.  O aparelho trabalha também integrado a um aplicativo que permite ao profissional intensivista acompanhar, à distância, a operação dele e a saúde do paciente.

Ainda de acordo com Rômulo Petruy, o “cérebro” do equipamento, que comanda todas as operações, e era uma pedra no caminho do projeto, foi totalmente desenvolvido aqui em Londrina.

O empresário explica que a esposa tem bronquite e que ficou bem assustada quando a Covid-19 começou a se espalhar pelo mundo, e ele assumiu o compromisso de fabricar o equipamento junto com o sócio.

A voz feminina no alarme do ventilador é a da esposa dele, cujas iniciais deram origem ao nome do equipamento. A empresa, segundo Rômulo Petruy, está preparada para fabricar, nesse primeiro momento, pelo menos 200 unidades ao mês. Os testes de validação do aparelho começam ainda esta semana e em poucos dias ele deve estar funcionando nas UTIs dos hospitais da cidade.

Segundo o empresário, o preço do respirador londrinense gira em torno de R$ 120 mil, menos da metade do valor médio dos equipamentos importados, que podem chegar a custar até R$ 300 mil.

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