Paraná continua com alta taxa de positivações para Covid, apesar de quedas consecutivas
De acordo com médico sanitarista, vacinação começa a ter efeitos no cenário da pandemia, mas apoio da população a medidas restritivas continua sendo principal estratégia para conter avanço da doença no estado.
Segundo o Informe Epidemiológico da última semana, divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), o Paraná registrou a quinta queda em seguida no número de casos.
Do dia 4 até o dia 10 de abril, o estado registrou 14.636 novos casos. Quando comparado à semana anterior, o número apresenta uma redução de 25%. Apesar do movimento de desaceleração no estado, os números permanecem altos.
Para o médico sanitarista e professor da PUC Gilberto Martins, a queda nas confirmações é reflexo das medidas restritivas adotadas pelo Governo do Estado, como o fechamento de bares e restaurantes, suspensão de aulas presenciais e a restrição de circulação de pessoas entre às 20h e 5h. Ele afirma que a vacinação também tem papel importante para diminuição de diagnósticos positivos.
Martins explica que o início da vacinação no estado causou uma mudança no perfil dos pacientes internados com Covid-19, com mais notificações de casos positivos entre a população mais jovem.
Além da imunização, ele afirma que esse público etário também é o que menos adotou o isolamento social, o que contribui para a circulação de variantes mais contagiosas do vírus e, consequentemente, para o aumento na taxa de internação do grupo.
Ele considera que o cenário epidemiológico do estado poderia ser melhor caso a população aderisse com mais intensidade às medidas restritivas para impedir o contágio da doença.
O professor avalia que a situação crítica que vive o país, diante da pandemia da Covid-19, também é consequência da falta de ações unificadas em escala nacional, que confundem a população e comprometem o apoio às medidas de prevenção. Para Martins, a situação econômica também poderia ser atenuada a partir de estratégias elaboradas em conjunto.
De acordo com a Sesa, o maior número de confirmações registradas em uma única semana no estado foi entre o fim de fevereiro e início do mês de março deste ano, quando 37.831 casos foram positivados.
Na região norte, os últimos sete dias registraram uma redução de aproximadamente 3,4 mil casos, quando comparado ao pico local, que aconteceu ainda em fevereiro. Apesar da queda de diagnósticos positivos, todo o estado segue em transmissão comunitári.