TERCA, 23/03/2021, 18:56

Paraná em estado de alerta com estoques de oxigênio

Especialista em logística de medicamentos da UEL afirma que principal dificuldade são os cilindros e considera que falta de kits de intubação é problema ainda mais grave.  

Com a chegada de março e a explosão dos casos da Covid e das internações em UTIs, a primeira dificuldade que surgiu foi a falta de leitos.  Na sequência, a rede hospitalar começou a sofrer com o desabastecimento de alguns insumos fundamentais para o tratamento dos pacientes. Relaxantes neuromusculares, anestésicos e outros medicamentos praticamente desapareceram do mercado. Sem falar nos respiradores e outros equipamentos.

O oxigênio, outro produto de uso intensivo nas UTIs e que já tinha sido pivô da crise em Manaus em janeiro passado, também se tornou um produto cada vez mais escasso. Aqui no Paraná, a preocupação com a queda nos estoques e a alta demanda já é uma realidade. O Ministério da Saúde classificou a situação do estado como de alerta. No HU de Londrina, a direção afirma que ainda não há risco iminente de falta do produto.

O secretário Estadual de Saúde, Beto Preto, falou sobre o problema no início da semana e fez um apelo às empresas que usam o produto. O secretário confirmou a chegada de 200 cilindros doados pelo governo do Amazonas, mas disse que o estado precisa de, pelo menos, cinco vezes mais que isso.

O professor da UEL e especialista em logística de medicamentos, Airton José Petris, diz que um dos problemas do aumento rápido da demanda por oxigênio é a incapacidade de manter o chamado estoque regulador, que também já está sendo usado. Ele diz que a principal dificuldade nem é o oxigênio propriamente dito.

Petris, que também é farmacêutico e diretor do Centro de Ciências da Saúde da UEL, afirma ainda que a Sesa vem sendo extremamente cuidadosa com a questão e disse não ver indicativos no momento de um risco de desabastecimento.

Perguntado sobre o que seria mais difícil de resolver, se a falta do oxigênio ou dos kits de intubação, o especialista não tem dúvida em afirmar que os medicamentos representam um problema mais complexo.

O especialista em logística de medicamentos citou ainda o caso do Estado de São Paulo, que decidiu montar uma usina de produção de oxigênio em Ribeirão Preto para enfrentar o aumento acelerado da demanda nos hospitais.

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