QUARTA, 02/06/2021, 18:48

Quase trinta delegacias de Londrina e região tiveram carceragens “esvaziadas” nos últimos dois anos; três delas já foram fechadas

Trabalhos fazem parte de nova política pública do Governo do Estado, que, desde 2019, transferiu 9.300 presos que estavam nas carceragens para presídios.

O Governo do Estado segue em busca de zerar o número de presos detidos nas carceragens das delegacias. Até 2019, o Paraná era o estado com a maior superlotação carcerária de todo o país. Na época, mais de 11 mil detentos dividiam celas de forma improvisada em cadeias espalhadas pelos quatro cantos do território paranaense. Nos últimos dois anos, este número caiu para 1.724. Ou seja, mais de 9.300 presos foram transferidos para penitenciárias ou minipresídios, e passaram a ter a detenção gerida pelo Depen, o Departamento Penitenciário do Paraná.

A gestão diferenciada, que faz parte de uma nova política pública estadual, chegou a 78 delegacias, sendo que 28 delas ficam no norte do estado. Na região, passaram pelo processo de transferência dois distritos policiais de Londrina e as delegacias de Cornélio Procópio; Jacarezinho; Apucarana; Arapongas; Rolândia; Porecatu; Assaí; Ibaiti; Santo Antônio da Platina; Cambará; Andirá; Astorga; Bandeirantes; Cambé; Carlópolis; Faxinal; Ibiporã; Ivaiporã; Jaguapitã; Ortigueira; Ribeirão do Pinhal; Sertanópolis e Wenceslau Braz. Outras três carceragens em delegacias já foram até fechadas pelo governo. São as das cidades de Iretama, Ribeirão Claro e São Jerônimo da Serra.

Na avaliação do governador Ratinho Junior, o controle do contingente de presos é uma das principais conquistas do estado na área da segurança pública dos últimos anos.

Para o delegado-chefe da Polícia Civil no Paraná, Silvio Rochembach, a medida também ajuda a fortalecer o trabalho de investigação da Polícia Civil, uma vez que libera agentes que, antes das transferências, tinham que trabalhar como carcereiros nas cadeias.

A CBN tentou confirmar com o Depen quantos presos da região de Londrina foram transferidos para os presídios até o momento, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem. Vale lembrar que, apesar da mudança, muitas delegacias continuam sofrendo com a superlotação. Em Cambé e Ibiporã, por exemplo, as reclamações são frequentes. Segundo o governo, parte dos presos continua nas carceragens pela falta de vagas nos presídios. Tanto é que novas penitenciárias estão em processo de construção no momento. Devem receber novas cadeias públicas ainda este ano as cidades de Londrina, Guaíra, Ponta Grossa e Foz do Iguaçu. O investimento é de R$ 70 milhões e visa criar, nesse primeiro momento, cerca de 3 mil novas vagas no sistema penitenciário paranaense.

Por Guilherme Batista

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