TST determina acordo e coloca fim à greve dos Correios
Os funcionários terão reajuste de 5,1% garantido e começaram a retornar ao trabalho na quarta-feira (31)
Na noite da última terça-feira (30) o Tribunal Superior do Trabalho (TST) garantiu parte das reivindicações dos funcionários dos Correios, e com isso, colocou fim à greve iniciada no dia 16 de dezembro e que se estendeu a pelo menos 17 estados, incluindo o Paraná.
Os trabalhadores começaram a retornar ao trabalho a partir da quarta-feira, dia 31.
Sob a relatoria da ministra Kátia Magalhães Arruda, o dissídio da categoria foi levado a julgamento após cinco meses de negociações.
O TST decidiu que a greve não foi abusiva, e definiu reajuste salarial de 5,1% válido a partir de 1° de agosto de 2025. O índice deve incidir também sobre outros benefícios, como vale-alimentação/refeição e vale cesta.
Segundo o TST, os funcionários que aderiram à greve terão os dias paralisados descontados do salário, de forma parcelada em 3 meses, ou poderão repor os dias de greve, caso seja mais vantajoso para a empresa.
O diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no Paraná, Diego Henrique da Silva, destacou que as negociações entre os funcionários e a estatal tiveram início ainda em agosto, e se estenderam até a necessidade de intervenção do TST.
Ele avaliou que o Tribunal acatou um acordo vantajoso para os trabalhadores.
Além do reajuste, o TST determinou que o acordo coletivo passa a ter validade de um ano, e não dois, o que permite aos trabalhadores renegociarem direitos novamente em 2026.
Entre outras reinvindicações atendidas pelo acordo, estão o pagamento de 70% de gratificação de férias e pagamento adicional de 200% para trabalho em dias de repouso.
Foi incluída ainda cláusula que garante jornada especial reduzida a mulheres com filho ou dependente com deficiência, sem redução salarial e sem necessidade de compensação de horário, com base em teses já acatadas pelo TST.
Para o diretor de comunicação do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios no Paraná, a greve foi a última alternativa, diante da impossibilidade de estabelecer um diálogo com a empresa.
Durante a paralisação, os Correios informaram que as agências seguiram abertas e que as entregas seguiram sendo feitas em regime de contingência. A estatal afirmou que cerca de 90% do efetivo continuou trabalhando, com medidas como remanejamento de funcionários, mutirões e plantões em feriados e fins de semana.
Apesar disso, atrasos foram registrados em alguns serviços. A empresa afirmou ainda que mesmo durante a greve, o índice de entregas no prazo ficou em cerca de 89%.