TERCA, 16/11/2021, 08:21

UEL inova com projeto para a soltura de peixes no rio Paranapanema

 Pesquisa, iniciada há 20 anos, promete impactar a forma de fazer o repovoamento de diversas espécies em todo o país.

A Universidade Estadual de Londrina (UEL) encabeça um projeto inovador para a soltura de duas espécies de peixe, o dourado e o lambari-do-rabo-amarelo, no rio Paranapanema. Com conhecimento técnico e científico, em mais de 20 anos de estudos, essa ação promete impactar a forma de fazer repovoamento de peixes em todo o país.

O Projeto de Pesquisa e Desenvolvimento é conduzido pelo Laboratório de Ecologia de Peixes e Invasões Biológicas, em parceria com o Laboratório de Genética e Ecologia Animal, ambos do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da universidade.

O grande diferencial do estudo, segundo o biólogo e doutor em Zoologia, Mario Luis Orsi, um dos responsáveis pela iniciativa, é o formato do repovoamento baseado em pesquisa científica, desde a genética até a ecologia. Ele conta que as espécies foram soltas em apenas uma parte da bacia hidrográfica, no Reservatório da Usina Hidrelétrica de Rosana, usado como modelo para a nova proposta. Enquanto que, em outra parte, no Reservatório da Usina Hidrelétrica de Taquaruçu, foi utilizada a metodologia tradicional, para ter uma comparação.

Os resultados preliminares da pesquisa já apontam para a presença e a permanência de grupos de espécies importantes em Rosana. O dourado, que é uma espécie rara e com risco de extinção, e o lambari-do-rabo-amarelo, que é pouco abundante, já são encontrados em diferentes tamanhos e fases da vida, mostrando o fechamento do ciclo de desenvolvimento, resultado que indica melhoria das condições da comunidade de peixes. O pesquisador garante que o estudo pode impactar todo o país.

O problema encontrado anteriormente era a soltura de peixes sem qualquer avaliação prévia dos impactos que poderiam ser causados. Isso acabava prejudicando o processo de repovoamento. Um exemplo conhecido no Paraná é a introdução de espécies não nativas para pesca esportiva, como tucunaré e corvina, provenientes das regiões Norte e Nordeste, o que resultou na predação e competição junto a espécies nativas.

O doutorando Armando César Rodrigues Casimiro contextualiza que a reintrodução de espécies de peixes em rios, chamada de peixamento, é feita desde o final do século 19. Porém, não se tinha estudo, por exemplo, de como e onde soltar o peixe. A ideia era simplesmente jogar o peixe na água, torcendo para que ele sobrevivesse.

Com informações da Agência Estadual de Notícias.
 

Por Guilherme Batista

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