TERCA, 15/08/2023, 16:46

Vereador diz que nordestino "não gosta muito de trabalhar" durante sessão da Câmara Municipal de Apucarana, no norte do Paraná

Declaração de cunho xenofóbico foi duramente criticada por outros parlamentares que acompanhavam a discussão, que tinha como foco um projeto de fomento ao turismo. Em nota, vereador pediu desculpas pela "fala equivocada".

A sessão de segunda-feira (14) da Câmara Municipal de Apucarana, no norte do Paraná, foi marcada por uma declaração de cunho xenofóbico proferida pelo vereador Toninho Garcia, do União Brasil. Durante a discussão de um projeto de lei de fomento ao turismo no município, o parlamentar citou o nordeste como o principal destino turístico de muitas pessoas e disse que, na referida região, o "pessoal não gosta muito de trabalhar".

A fala polêmica foi alvo de críticas por parte de outros parlamentares que acompanhavam a sessão, como Moisés Tavares, do Cidadania, e Lucas Leugi, do PP. Eles condenaram a declaração e pediram respeito ao povo nordestino.

Depois de ser criticado, Garcia afirmou ter sido mal entendido pelos colegas.

A declaração se tornou ainda mais polêmica por conta da presença do vereador Rodrigo Lievore, do União Brasil, mesmo partido de Garcia. O parlamentar de Apucarana, cujo apelido é Recife, nasceu no Pernambuco e, portanto, é nordestino. Ele também fez uso da palavra, mas evitou a polêmica.

A CBN tentou contato com a Câmara de Apucarana para saber se Toninho Garcia será alvo de alguma investigação por conta da declaração de cunho xenofóbico, mas não obteve retorno até o fechamento desta reportagem. O vereador, por sua vez, emitiu uma nota nesta terça-feira (15) se desculpando pela "fala equivocada". Ele também garantiu que repudia "qualquer ato de discriminação, seja por raça, gênero, orientação sexual, religião, ideologia, origem étnica ou qualquer diversidade". Garcia reafirmou ainda que a intenção dele "jamais foi ofender ou mesmo manifestar qualquer sentimento de discórdia", tampouco "provocar qualquer forma de preconceito ou falta de respeito".

Por Guilherme Batista

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