Endividamento diminui em novembro, mas recuperação financeira continua lenta
Indicadores mostram que os consumidores estão mais cautelosos para fazer dívidas, mas ainda encontram dificuldades em pagar pendências
Os índices do Serviço de Proteção ao Crédito da Associação Comercial e Industrial de Londrina (SPC/ACIL) referentes ao mês de novembro mostram uma queda de 36,3% no número de consumidores que deixaram de pagar as dívidas em dia, entrando para a inadimplência, na comparação com novembro de 2024.
Segundo o SPC, no acumulado de janeiro a novembro de 2025, as inclusões no cadastro negativo recuaram 26,9% frente ao mesmo período do ano passado.
Por outro lado, o número de consumidores que conseguiram regularizar suas dívidas e deixaram o cadastro de negativados apresentou queda de 48,6%, na comparação com novembro de 2024.
Para o consultor econômico da Acil, Marcos Rambalducci, os dados da entidade mostram que o consumidor londrinense está mais prudente na tomada de crédito, em um contexto ainda marcado por juros elevados, maior rigor na concessão de financiamentos e menor uso de parcelamento.
Enquanto caiu o número de consumidores que ficaram inadimplentes, as famílias ainda encontram dificuldades para conseguir pagar suas dívidas. Para Marcos Rambalducci, na realidade econômica de Londrina, apesar do baixo índice de desemprego atual, fatores como os salários baixos dificultam a negociação dos débitos.
No acumulado de janeiro a novembro deste ano, as exclusões do cadastro negativo também recuaram 21,4% em relação a 2024, indicando ritmo menor de recuperação de crédito.
Segundo o consultor econômico da Acil, fatores como o pagamento da segunda parcela do 13º salário podem contribuir para uma maior organização financeira e no planejamento para sair das dívidas neste fim de ano.
Para o especialista, os dados do SPC/ACIL referentes a novembro mostram que há um rearranjo nas finanças das famílias. Esse quadro sugere um momento de acomodação, em que os lares tentam ganhar fôlego e organizar as contas em meio a uma renda ainda comprimida e a um acesso ao crédito mais criterioso por parte do mercado.