Julgamento de pai e filho acusados de matar universitário em Jacarezinho em 2022 é adiado para 2026
Sessão que analisaria a morte de Matheus Matos, é remarcada após questionamentos processuais
O Tribunal do Júri de Jacarezinho remarcou para 9 de fevereiro de 2026 o julgamento de Álvaro de Souza Revoredo, policial rodoviário aposentado, e de seu filho, Pedro Henrique Revoredo Coppi. Ambos são acusados de homicídio pela morte do universitário Matheus Alexandre Matos, de 22 anos, ocorrida em março de 2022.
A sessão estava prevista para a última sexta-feira (14), mas foi suspensa depois que o juiz analisou petição da defesa alegando pendências em recursos que ainda tramitam no Tribunal de Justiça do Paraná.
O crime aconteceu na cidade de Jacarezinho, no Parque dos Mirantes, após uma discussão iniciada pelo volume de um som automotivo. Matheus conversava com amigos durante a madrugada quando Álvaro, que era vizinho e estava de folga, saiu para reclamar do barulho. O desentendimento virou confronto físico, e, conforme testemunhas, o policial ordenou que o filho buscasse a arma usada em serviço. Pedro teria retornado com o revólver e disparado pelas costas, atingindo a nuca da vítima. O Ministério Público afirma que houve ação intencional e desproporcional; a defesa sustenta legítima defesa.
Depoimentos apontam que, após o disparo fatal, pai e filho ainda teriam ameaçado amigos da vítima e efetuado novos tiros, antes de fugir. O Ministério Público denunciou os dois por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e recurso que dificultou a defesa), atribuindo participação direta aos dois. A morte de Matheus, conhecido como “Chocô”, teve grande repercussão na cidade; o jovem era estudante, trabalhava online e era descrito por amigos como tranquilo e dedicado.
No pedido apresentado ao magistrado, os advogados alegaram pendências processuais ainda em análise no Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR) e solicitaram a revogação da decisão de pronúncia, pedindo ainda absolvição sumária dos acusados.
Enquanto aguardam o julgamento pelo Conselho de Sentença, os réus seguem em liberdade.