Observatório de Gestão Pública de Londrina questiona critérios da tarifa técnica do transporte coletivo
Prefeitura terá de cobrir R$ 177 milhões com verba pública em 2025. Apenas R$ 72 milhões estavam previstos no orçamento para este ano
O Observatório de Gestão Pública de Londrina (OGPL) solicitou para a CMTU (Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização) informações sobre os valores pagos pela prefeitura às concessionárias do transporte coletivo.
De acordo com os últimos dados apresentados, a previsão de custo total do sistema para 2025 é de R$ 305 milhões, dos quais apenas R$ 128 milhões serão cobertos pelos usuários. Sendo assim, os R$ 177 milhões restantes sairão dos cofres municipais.
Gustavo Ximenez, voluntário do OGPL, informou que foi enviado um ofício à CMTU, questionando a composição da tarifa técnica, a margem de lucro e a remuneração das concessionárias, a estrutura operacional do sistema e a destinação do subsídio. O documento também solicita que as planilhas tarifárias sejam publicadas no site da companhia.
Recentemente, a CMTU contratou a empresa LG Mobilidade Urbana por R$ 140 mil. O objetivo do contrato, que tem validade de seis meses, é revisar a planilha de custos, analisar os subsídios e diagnosticar o sistema como um todo. O estudo vai subsidiar a definição de estratégias e a possível revisão da tarifa a partir de 2026.
Atualmente, o reajuste da tarifa técnica autorizado em dezembro de 2024 pelo ex-prefeito Marcelo Belinati (PP) elevou o custo do bilhete para R$ 11,80 na área atendida pela TCGL (Transportes Coletivos Grande Londrina) e para R$ 10,20 na área operada pela LondriSul. Segundo a prefeitura, isso gerou um rombo de R$ 100 milhões no orçamento de 2025, que previa apenas R$ 72 milhões em subsídio.
Em nota, a CMTU informou que “o pedido do OGPL foi recebido, encaminhado à diretoria responsável e será respondido dentro do prazo legal”.